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Colisor de partículas

Ativação de colisor que simula "Big Bang" é adiada para setembro

LHC funcionou brevemente em 2008, antes de enfrentar problema técnico. Projeto europeu milionário pode revelar segredos da origem do Universo

Técnica checa conexões no interior do túnel subterrâneo do LHC | Divulgação / Cern
Técnica checa conexões no interior do túnel subterrâneo do LHC (Foto: Divulgação / Cern)

O colisor gigante de partículas construído para reproduzir as condições do "Big Bang" teve sua ativação adiada para setembro para dar tempo para reparos, informou a Organização Europeia para Pesquisa Nuclear (Cern).

O Cern afirmou que as primeiras colisões de partículas acontecerão em outubro, após reparos e instalação de novos recursos de segurança no Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês). A máquina é a maior e a mais complexa já construída pelo homem.

Depois de outra parada técnica curta no final de 2009, o colisor vai funcionar até outono do próximo ano, produzindo dados suficientes sobre os menores blocos da matéria para um anúncio de resultados em 2010, informou o Cern.

"O cronograma que temos agora é sem dúvida o melhor para o LHC e para os físicos que esperam os dados", informou o diretor geral do Cern, Rolf Heuer, em comunicado.

"Temos que assegurar que todos os trabalhos necessários sejam feitos no LHC antes de iniciarmos, ainda assim ele permitirá que a pesquisa comece este ano", afirmou.

O novo cronograma representa um atraso de seis semanas sobre o prazo anterior, que previa que os gigantes túneis do LHC fossem resfriados à temperatura de operação de pouco acima do zero absoluto no início de julho.

O Cern havia informado que previa reativar o colisor nesta primavera (no hemisfério norte) depois que a máquina foi parada em setembro por causa de uma pane elétrica e vazamento de hélio ocorridas apenas nove dias depois do LHC ter sido inaugurado.

O colisor é projetado para recriar as condições que existiam pouco depois da ocorrência do Big Bang, que é apontado pela maioria dos cosmologistas como responsável pela criação do Universo há 13,7 bilhões de anos.

A máquina dispara raios de partículas subatômicas pelo túnel de 27 quilômetros construído sob a fronteira da Suíça com a França. O objetivo é fazer com que as partículas colidam entre si a velocidades próximas da luz.

Essas colisões vão gerar explosões de energia que cientistas vão monitorar em busca de partículas novas ou previstas que podem ajudar a explicar a natureza da massa e das origens do Universo.

O Cern informou que o acidente do ano passado não representou qualquer perigo. Quando a organização começou a trabalhar na máquina teve de rejeitar insinuações de que o equipamento poderia criar milhões de buracos negros que poderiam sugar a Terra.

A organização, cujo cientista Tim Berners-Lee é apontado como criador da World Wide Web em 1990, informou em dezembro que esperava que os reparos custassem até 35 milhões de francos suíços (30 milhões de dólares).

O LHC já custou 10 bilhões de francos suíços (8,5 bilhões de dólares) para ser construído. Ele é apoiado pelos 20 países membros do Cern e outras nações que incluem Estados Unidos e Rússia.

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