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Manifestantes da causa ambiental jogam pó vermelho em suporte que protege constituição americana, exposta no Arquivo Nacional, em Washington
Manifestantes da causa ambiental jogam pó vermelho em suporte que protege constituição americana, exposta no Arquivo Nacional, em Washington| Foto: Reprodução/X

O Arquivo Nacional de Washington, nos Estados Unidos, fechou suas galerias ao público, nesta quarta-feira (14), depois que dois ativistas climáticos despejaram uma substância vermelha no invólucro protetor que cerca a Constituição do país.

Segundo informações da Administração Nacional de Arquivos e Registros, o incidente ocorreu durante a tarde e a segurança conseguiu deter imediatamente os indivíduos. O caso é investigado pela autoridades locais.

Um vídeo publicado nas redes sociais mostra um dos vândalos afirmando que "todos merecemos ar puro, água limpa e um clima habitável". Em seguida, ele pede o fim dos subsídios do governo aos combustíveis fósseis e que o presidente dos EUA, Joe Biden, declare uma "emergência climática".

“A sede dos Arquivos Nacionais é o santuário dos documentos fundadores de nossa nação. Eles estão aqui para que todos os americanos vejam e compreendam os princípios do nosso país, levamos esse vandalismo muito a sério e insistiremos que os perpetradores sejam processados ​​em toda a extensão da lei ”, disse Colleen Shogan, arquivista dos Estados Unidos, em um comunicado.

Os documentos expostos no local estão sob forte proteção de um vidro grosso à prova de balas, dentro de uma caixa climatizada. Com isso, a Constituição não parecia ter sofrido danos.

O grupo de ativismo climático Declare Emergency reivindicou a autoria da ação por meio das redes sociais. "Não queremos o fim da civilização, mas esse é o caminho em que nos encontramos", afirmou.

Os ataques a museus e monumentos a céu aberto têm se tornado cada vez mais comuns, principalmente na Europa, nos últimos anos, onde países como Alemanha e França acompanham um crescimento das mobilizações jovens a favor da causa ambiental.

No final de janeiro, o Parlamento italiano aprovou um novo projeto de lei que torna a punição de ativistas climáticos envolvidos em atos de vandalismo contra monumentos e locais históricos mais dura.

A medida, aprovada pela Câmara Baixa do Parlamento, com uma votação de 138 votos a favor e 92 contra, prevê multas de até 40 mil euros (R$ 216,5 mil) para aqueles que danificam monumentos, e até 60 mil euros (R$ 321,8 mil) se o patrimônio cultural for destruído. As multas atuais variam entre 1.500 (cerca de R$ 8 mil) e 15 mil euros (R$ 80 mil) e os valores desembolsados pelos condenados serão destinados à limpeza e conservação dos monumentos atingidos.

Nos últimos meses, manifestantes realizaram uma série de protestos visando obras de arte e marcos históricos famosos no país, como a Fonte de Trevi, em Roma; o Palazzo Vecchio, em Florença; e a Ópera La Scala, em Milão, onde atiraram tinta, reivindicando uma ação mais forte do governo contra o uso de combustíveis fósseis.

Um caso recente de grande repercussão ocorreu em Paris, onde dois manifestantes atiraram sopa sobre "Mona Lisa", obra-prima de Leonardo da Vinci exposta no Louvre, em Paris, cuja tela original está protegida por uma lâmina de vidro instalada em 2005.

Casos semelhantes ocorreram no ano passado em outras partes da Europa, como a ação do movimento Last Generation, que vandalizou o Portão de Brandemburgo, um importante monumento do século XVIII localizado em Berlim, na Alemanha. O vandalismo resultou na prisão de 14 pessoas.

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