As forças de segurança da Síria mataram ontem ao menos 17 pessoas na cidade rebelde de Deir Ezzor (leste) e quatro em outras localidades, segundo ativistas de direitos humanos.
O governo nega a repressão aos manifestantes civis da oposição e diz que enfrenta grupos armados que querem desestabilizar o regime. A Síria proíbe ainda a entrada de jornalistas estrangeiros, o que dificulta obter dados independentes da violência.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos anunciou que 17 pessoas morreram na repressão em Deir Ezzor, outras duas morreram na província de Idlib (noroeste). Um advogado relatou ainda outras duas mortes em Hama (centro).
O regime do ditador Bashar al Assad enfrenta desde 15 de março uma onda de protestos que já matou 1,6 mil civis em todo o país. Parte da onda de revoltas iniciada na Tunísia, a revolta exige maior democracia no país.
Desde o início do mês de jejum muçulmano do Ramadã, em 1.º de agosto, as manifestações são cotidianas. Na segunda-feira à noite, dezenas de pessoas protestaram na área dos prédios governamentais de Damasco, segundo militantes dos direitos humanos.
O número de vítimas da repressão de ontem pode aumentar. O grupo opositor Comitês Locais de Coordenação aponta que ao menos 22 pessoas, entre elas oito crianças, morreram atingidas por disparos do Exército sírio e das forças de segurança em várias cidades da Síria.
A rede de ativistas indicou que esta é uma primeira apuração de vítimas e não descarta que o número final aumente. Por sua vez, a Organização Nacional dos Direitos Humanos síria elevou para mais de 30 os mortos em todo o país.
Mais de 300 pessoas morreram na semana passada, a mais sangrenta dos cinco meses de levante contra o governo. Deir el-Zor, em particular, foi alvo de ataques intensos. A cidade fica numa área rica em petróleo, mas numa região bastante pobre da Síria.



