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O CEO do Twitter, Jack Dorsey, fala remotamente na audiência de comitê do Senado americano com as grandes empresas de tecnologia, 28 de outubro
O CEO do Twitter, Jack Dorsey, fala remotamente na audiência de comitê do Senado americano com as grandes empresas de tecnologia, 28 de outubro| Foto: Greg Nash-Pool/ Getty Images/ AFP

Os CEOS do Facebook, Twitter e Google participaram nesta quarta-feira (28) de uma audiência no Comitê de Comércio do Senado americano para responder perguntas dos congressistas sobre as práticas de moderação de conteúdo em suas plataformas.

Os congressistas debatem uma legislação, chamada Seção 230, que protege as redes sociais de ações legais sobre o conteúdo publicado por usuários terceiros e também dá cobertura para ações de moderação nas redes, que têm grande poder de disseminação de informação e ideias.

Mark Zuckerberg (Facebook), Sundar Pichai (Google) e Jack Dorsey (Twitter) compareceram virtualmente à audiência e enfrentaram questionamentos duros dos congressistas sobre censura, desinformação, discursos extremistas nas redes, entre outros temas.

Pressão sobre o CEO do Twitter

Os senadores republicanos encostaram Jack Dorsey contra a parede ao perguntar sobre a decisão do Twitter de impedir usuários da rede social de compartilhar uma matéria do New York Post, desfavorável ao candidato presidencial democrata Joe Biden, em 14 de outubro.

Ted Cruz foi o mais eloquente deles, tendo perguntado diversas por que o perfil do New York Post na rede social ainda está impedido de fazer postagens, mesmo que a empresa tenha abandonado a regra que usou para justificar o bloqueio da matéria – que proibia os usuários de compartilhar conteúdo obtido por hackers.

Dorsey explicou que, para reativar a conta, o New York Post teria que excluir as postagens antigas com os links para as matérias e, se quisesse, poderia publicá-las em um novo tuíte sem enfrentar problemas. Ele reconheceu que a ação do Twitter ao limitar o compartilhamento foi baseada uma política errônea e que ela foi abandonada 24 horas após o caso.

Interrompendo Dorsey diversas vezes, Cruz disse que as big techs "coletivamente representam a maior ameaça à liberdade de expressão na América e a maior ameaça que temos às eleições livres e justas".

Os outros diretores também negaram as acusações de censura a conteúdos conservadores. "Nós abordamos nosso trabalho sem viés político. Ponto final. Agir de forma diferente seria contrário aos interesses do nosso negócio e da nossa missão", disse Pichai.

Gasto com moderação de conteúdo

Mark Zuckerberg revelou que o Facebook gasta "três ou mais bilhões" de dólares por ano para bancar os 35 mil moderadores de conteúdo que trabalham para a plataforma - terceirizados contratados pela empresa e não funcionários. Pichai disse que a Alphabet, empresa controladora do Google, investe pelo menos quatro bilhões de dólares para manter seus mais de 10 mil moderadores contratados. O Twitter, uma empresa muito menor do que as outras duas, não respondeu à pergunta feita pelo senador republicano Jerry Moran. No ano passado, porém, a companhia informou que tinha cerca de mil moderadores.

Interferência nas eleições

Os diretores das gigantes de tecnologia prometeram continuar a combater a interferência estrangeira nas eleições americanas e bloquear mensagens que incitem a violência. Pichai disse que o Google trabalha com outras empresas e agências de inteligência e tem publicado relatórios sobre interferência em seus serviços. Dorsey disse que o Twitter já havia divulgado ações contra campanhas de manipulação com origem no Irã e na Rússia e que coibir tais atividades é uma "prioridade".

O senador democrata Edward J. Markey questionou Zuckerberg sobre proteção às eleições americanas. O senador perguntou se o CEO se comprometia a banir qualquer declaração de vitória prematura das campanhas. O Facebook anexará uma etiqueta em posts que declarem vitória antes do resultado oficial, com informações sobre a contagem dos votos entre outras, disse Zuckerberg.

O CEO do Facebook disse que a plataforma tem detectado várias tentativas de interferência em seus serviços vindas da Rússia, Irã e China.

Trump defende o fim da imunidade das redes

O presidente americano Donald Trump fez comentários pelo Twitter durante a audiência defendendo a revogação da Seção 230, que dá imunidade legal às redes em relação ao conteúdo postado em suas plataformas.

"Os EUA não têm Liberdade de Imprensa, nós temos Supressão da História, ou simplesmente Fake News. Aprendemos tanto nas últimas duas semanas sobre o quanto nossa imprensa é corrupta e agora as Big Tech, talvez piores. Revoguem a Seção 230!", tuitou o republicano, que em maio assinou um ordem executiva mirando a lei federal de 1996 que protege as redes sociais, com o objetivo de "combater a censura" nessas plataformas. Especialistas apontaram na época que o presidente não teria autoridade para derrubar a legislação sem a participação do Congresso.

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