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Obama é alvo freqüente de racismo. Em média a cada 11 anos, um assassino tenta matar o presidente dos EUA | Jason Reed / Reuters
Obama é alvo freqüente de racismo. Em média a cada 11 anos, um assassino tenta matar o presidente dos EUA| Foto: Jason Reed / Reuters

A eleição do primeiro presidente negro dos Estados Unidos detonou uma onda dos chamados crimes de ódio em todo o país, segundo reportagem do "Times". Longe de inaugurar uma nova era de tolerância, a vitória de Barack Obama na eleição de 4 de novembro pôs em destaque o racismo presente na sociedade americana, com atos de vandalismo e até ataques físicos. De acordo com a inteligência americana, o democrata já contabiliza 500 ameaças de morte desde o começo da campanha. Em média, a cada 11 anos, um assassino tenta matar o presidente dos EUA. Já foram 20 atentados a 15 ocupantes da Casa Branca. Quatro morreram. O último foi John Kennedy, em 1963.

Entre as demonstrações de intolerância que vão da Califórnia ao Maine, estão bonecos negros enforcados, crianças cantando "assassine Obama" e cruzes queimadas.

O fenômeno, segundo o "Times", parece ser mais intenso nos estados do Sul do país, onde a oposição a Obama é maior. A região também registrava crimes de ódio relacionados à eleição antes mesmo da votação.

Marsha L. Houston, professora da Universidade do Alabama, contou que um cartaz da família Obama foi rasgado na porta de seu escritório. No lugar, colocaram outro cartaz, com uma ameaça de morte e palavras racistas. No estado americano de Idaho, uma autoridade local disse ter visto estudantes cantando "assassine Obama" dentro de um ônibus escolar.

Na Geórgia, Denene Millner contou que, um dia após a eleição, um homem disse à sua filha, de 9 anos, que é negra, "eu espero que Obama seja morto". Na mesma noite, ela disse que vândalos invadiram o gramado da casa de sua cunhada e arrancaram um cartaz com propaganda de Obama.

"Eu não posso dizer que todas as pessoas brancas (da cidade) de Snellville são más e anti-Obama e querem destruir minha propriedade só porque um ou dois idiotas fizeram isso", disse Denene ao "Times". - Mas isso definitivamente faz você olhar de forma diferente para as pessoas que moram com você, e faz você questionar do que eles são capazes e o que estão realmente pensando.

Os incidentes, entretanto, não estão restritos às áreas onde há oposição a Obama. Em Nova York, onde recebeu grande apoio, um jovem negro contou ter sido atacado com um bastão por quatro homens que o chamavam de "Obama" na noite da eleição. Em Forest Hills, suburbia de Pittsburgh, um homem negro disse que encontrou um bilhete em seu carro dizendo "agora que você votou em Obama, tome cuidado com a sua casa".

No Maine, clientes de uma loja de departamentos estão apostando US$ 1 na data que o presidente eleito será morto. No local das apostas, está escrito "vamos esperar que alguém vença". No mesmo estado, bonecos negros enforcados foram pendurados em árvores em Mount Desert Island, segundo o "Bangor Daily News". Cruzes queimadas foram colocadas nos jardins de partidários de Obama em Nova Jersey e na Pensilvânia. Em Massachussetts, uma igreja de uma congregação negra foi incendiada poucas horas depois de a vitória de Obama ter sido declarada.

Além disso, mais de 20 carros foram pintados com pichações racistas em Long Island, em Nova York. Também foram encontradas pichações semelhantes em Kilgore, no Texas, e em Los Angeles, na Califórnia, onde skatistas escreveram "Volte para a África" em casas, calçadas e carros.

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