
Os presidentes dos países da América do Sul participam hoje, no Equador, da cúpula da União de Nações Sul-americanas (Unasul), que não contará com a participação do colombiano Alvaro Uribe, mas que terá o acordo entre a Colômbia e os Estados Unidos para aumentar a presença militar dos EUA na região como principal tema de debate.
O pacto militar entre os dois países aprofunda as críticas dos opositores de Washington e dos que defendem a soberania de Bogotá para tomar decisões, mas querem mais transparência nos termos do acordo.
O novo acordo, previsto para ser finalizado neste mês, permitirá a Washington manter 1,4 mil pessoas entre militares e civis nos próximos dez anos e compensará o recente fechamento da base americana de Manta, no Equador. Os países vizinhos veem o acordo como uma ameaça militar. Participam da Unasul Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela.
Como mostra da divisão, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, desafiou Uribe, a que compareça ao encontro de Quito e explique o acordo que permitirá aos EUA usar sete de suas bases militares.
Bogotá, que já havia antecipado a ausência de Uribe, não respondeu a Chávez. Na semana passada, Uribe visitou países da América do Sul para explicar o acordo com os Estados Unidos. Brasil, Chile, Peru e Paraguai defenderam que a Colômbia mantenha sua soberania ao emprestar suas bases a tropas norte-americanas. O Brasil pediu mais transparência.
Do lado contrário, Equador, Bolívia e Venezuela repudiaram o pacto e devem conseguir o apoio de Cuba, cujo presidente, Raúl Castro, é esperado em Quito para avalizar a posição dos mais duros críticos de Washington na região.
No encontro, o presidente equatoriano, Rafael Correa, receberá da presidente chilena, Michelle Bachelet, a Presidência rotativa da Unasul, criada em maio de 2008 como um órgão político para aglutinar a região. A Colômbia afirmou na semana passada que o organismo poderia morrer nas mãos da presidência do Equador. Correa afirmou que convocará no fim do mês o Conselho de Defesa Sul-Americano para avaliar o impacto do convênio entre Bogotá e Washington.
Posse
Também hoje, o presidente equatoriano, Rafael Correa, tomará posse de seu segundo mandato. Entre os líderes já presentes no país para a cerimônia estão o líder cubano, Raúl Castro, e seu colega boliviano, Evo Morales.
Morales chegou na noite de sábado a Quito e acompanhou Morales em uma cerimônia indígena, em um povoado no norte do país. Quanto a Raúl, é a primeira visita do cubano ao Equador desde que assumiu o poder na ilha.
Correa assumirá para um novo mandato de quatro anos. O deposto presidente de Honduras, Manuel Zelaya, também chegou ao Equador para a posse de Correa. Ele buscará apoio dos países da Unasul em sua campanha para voltar ao poder.



