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Áustria aprova proibição do véu islâmico para menores de 14 anos em escolas

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Mulheres usando véu islâmico no Paquistão. (Foto: REHAN KHAN/EFE/EPA)

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O Parlamento da Áustria aprovou nesta quinta-feira (11) uma emenda que proíbe o uso do véu islâmico por alunas menores de 14 anos nas escolas. A medida, que começará a valer no ano letivo de 2026, estabelece multas que podem chegar a 800 euros para pais ou responsáveis que permitirem o uso do véu nas salas de aula.

De acordo com a emissora pública ORF, o texto recebeu apoio dos três partidos que compõem o atual governo - conservadores, social-democratas e liberais - além do Partido da Liberdade da Áustria (FPÖ), principal sigla de oposição. Apenas os Verdes votaram contra, afirmando que a proibição é inconstitucional.

Conforme o governo austríaco, a regra busca proteger meninas que estariam sofrendo pressão de familiares ou de colegas mais velhos para usar o véu dentro das escolas. A ministra da Integração, Claudia Plakolm, disse que, em tais casos, “o véu não é um pano inofensivo, mas um símbolo de opressão”, segundo declaração reproduzida pela ORF.

Durante o debate parlamentar, o deputado conservador Nico Marchetti afirmou que a nova regulamentação representa “um delicado equilíbrio jurídico e político entre os valores fundamentais da liberdade religiosa e a proteção dos direitos da criança”. De acordo com ele, no caso específico do véu, a decisão “deve favorecer claramente os direitos da criança e a proteção das meninas nas escolas”.

A Comunidade Religiosa Islâmica da Áustria (IGGÖ) anunciou que recorrerá ao Tribunal Constitucional. Em comunicado citado pela imprensa local, o presidente Ümit Vural afirmou que “nenhuma criança deve ser obrigada a usar véu. Para nós, isso é inegociável. Mas, da mesma forma, nenhuma criança deve ser impedida por proibições estatais de viver livremente sua identidade religiosa”.

Segundo a ORF, o Tribunal Constitucional já derrubou uma proibição semelhante em 2020, quando considerou inconstitucional a norma aprovada em 2019 pela antiga coalizão entre conservadores e nacionalistas. À época, os juízes entenderam que a regra violava a neutralidade religiosa do Estado ao se dirigir apenas a símbolos islâmicos, sem restringir outros adereços religiosos.

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