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Um ano depois

Austríaca ainda fica triste com morte de raptor

Um ano depois de ter escapado do sequestrador que a manteve em cativeiro por oito anos, a austríaca Natascha Kampusch diz estar cada vez mais triste com a morte dele.

Kampusch foi capturada quando tinha 10 anos, a caminho da escola, e no cativeiro morou num quarto secreto debaixo da garagem, até conseguir fugir, em agosto de 2006, o que a transformou numa celebridade internacional. O sequestrador, que tinha 44 anos, suicidou-se ao perceber a fuga. "Sempre ficou claro que só um de nós podia existir, e no final acabou sendo eu, não ele", disse Kampusch, 19 anos, numa entrevista que deve ir ao ar na noite de segunda-feira, pela emissora ORF, e cujos trechos foram revelados na página da Internet do canal.

"Tenho um pouco de arrependimento, de pena", disse ela. "Só posso dizer que cada vez fico mais triste por ele."

Kampusch passou a adolescência inteira no quartinho sem janelas, e só conseguiu fugir porque o sequestrador, Wolfgang Priklopil, distraiu-se com um telefonema enquanto ela lavava o carro dele, na frente da casa.

"Ainda não sei muito bem como definir a amizade", disse Kampusch. "Tem muita gente que abusa da confiança dos outros, e isso é muito grave."

"O que ele fez comigo foi ficando mais distante, mas não se apaga, volta e meia ressurge", afirmou. "Tento lidar com essas lembranças do melhor jeito possível, sem pensar muito nelas."

Kampusch vem recuperando o tempo perdido com sua educação, aprendendo a dirigir e se reintegrando à sociedade. Ela ressaltou a importância de manter a privacidade.

"Vocês quase nunca, ou nunca, me verão chorando, desabafando em público. Vou cuidar disso em particular."

A jovem explicou por que deu adeus ao caixão de Priklopil depois do suicídio dele. "Disse adeus, por que não diria? Foi importante para mim, porque da última vez que o vi vivo ele virou as costas para mim e eu corri loucamente, mas só disse adeus para o caixão dele, não cheguei a vê-lo de verdade", disse ela à ORF.

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