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O nome do Brasil, lembrado na maioria das vezes como um lugar alegre e tranquilo pelos estrangeiros, dá arrepios nos moradores de Homs, apesar de abrigar a maior comunidade síria fora do país. Isso porque a "Avenida da Morte" da cidade de Homs, uma das que mais sofrem com a violência e a repressão do regime de Bashar al-Assad, na verdade se chama Avenida Brasil.
A rua é uma das principais vias na região dos bairros de Inshaat e Bab Amro. Com casas, lojas de material esportivo e de computadores, uma escola e um hospital, é considerada uma área residencial de classe média. Uma homônima também existe na capital Damasco, onde faz esquina com a Rua Argentina.
O triste apelido em Homs foi dado por moradores por causa de um posto de controle do governo com "um atirador que disparava em qualquer coisa que se movesse", de acordo com o grupo sírio "Primavera Árabe". Ou seja, quem se arrisca a passar pela avenida corre sérios riscos.
"As pessoas chamam a rua desse jeito porque é praticamente impossível para pedestres passar de um lado ao outro. Muitas famílias já deixaram suas casas por causa do perigo", explica Suliman Jaddaa, um sírio-canadense. Ele conta também que a explicação corrente para avenida ter sido batizada de Brasil é ela ter sido escolhida por famílias sírias que moraram um tempo no país e depois retornaram para sua terra natal.
"Muitas pessoas, mais de 100, já morreram nessa rua. O bairro não tem mais muitas forças de segurança por causa da presença do Exército Livre Sírio, mas há cerca de duas semanas houve grandes confrontos, com explosões o tempo todo", conta Mohammed, integrante do "Primavera Árabe", por e-mail. Mohammed deixou Homs há algumas semanas e fugiu para o Líbano por causa da situação no país e prefere não revelar seu sobrenome por questões de segurança.
Confrontos
Os confrontos entre o Exército Livre Sírio e as Forças Armadas do governo dão poucas tréguas. A disputa pela região leva a avanços e retrocessos, com os rebeldes lutando para manter o controle da área.
Os observadores da Liga Árabe estiveram na Avenida Brasil, sob um forte aparato militar que os impedia de circular livremente - uma das principais críticas de ativistas e mesmo de monitores árabes sobre a missão na Síria. Homs é um dos principais bastiões rebeldes que conduzem o levante contra o governo de Bashar al-Assad, e o bairro de Bab Amro é a região mais atingida pelos ataques da repressão.
"A situação agora está um pouco mais tranquila. Mas de vez em quando tanques aparecem e atiram nas janelas que estão abertas. Todas as lojas da rua estão fechadas há muito tempo", afirma Mohammed.



