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Um pequeno avião pertencente à guarda de fronteira da Ucrânia foi alvo de tiros por "extremistas" usando armas automáticas enquanto sobrevoava região próxima da fronteira administrativa da Crimeia. A tripulação conseguiu efetuar manobras evasivas, e a aeronave escapou ilesa, informou a agência de notícias Interfax, citando autoridades ucranianas.

As tensões na região voltaram a crescer neste sábado, com a Rússia reforçando a presença armada na península. Dezenas de caminhões militares transportando soldados fortemente armados foram vistos em estradas da Crimeia. Enquanto isso, o ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov, descartou qualquer diálogo com as novas autoridades ucranianas, a quem chamou de fantoches de extremistas.

Os russos negam que suas Forças Armadas estejam ativas na Crimeia, mas um repórter da Associated Press viu um comboio militar seguir na tarde de sábado de um ponto localizado cerca de 40 quilômetros a oeste de Feodosia até um campo de pouso militar em Gvardeiskoe, ao norte de Simferopol, sobre ao qual tremulava uma bandeira russa. Alguns dos veículos verdes do Exército tinham placas russas e números indicando que vinham da região de Moscou. Alguns rebocavam veículos com cozinhas e o que aparentava ser equipamentos médicos. Segundo Vladislav Seleznyov um porta-voz das forças armadas ucranianas na Crimeia, estimava-se, por relatos de testemunhas, que o comboio poderia ter mais de 60 caminhões.

Seleznyov afirmou ainda que testemunhas relataram ver navios militares anfíbios descarregarem cerca de 200 veículos militares no leste da Crimeia na sexta-feira à noite depois de terem aparentemente atravessado o Estreito de Kerch, que separa a região do território russo. Ele disse à Associated Press que as tropas não "tinham insígnias que os identificassem como russos, mas não temos nenhuma dúvida quanto à fidelidade das tropas".

Apesar da pressão sobre o novo governo ucraniano, o ministério das Relações Exteriores russo informou que o vice-chanceler russo Grigory Karasin se encontrou no sábado com o embaixador ucraniano Volodymyr Yelchenko, o primeiro contato diplomático do tipo desde que a crise começou. Em nota, o ministério afirmou apenas que foram discutidos assuntos relacionados aos laços entre Rússia e Ucrânia em uma "atmosfera sincera".

Em uma entrevista coletiva em Kiev, o novo chanceler ucraniano, Andrii Deshchytsi, falou com expectativa da criação de um grupo de contato composto de ministros das Relações Exteriores de vários países para mediar a crise. A formação do grupo foi discutida durante reuniões entre o primeiro-ministro da Ucrânia e líderes da União Europeia em Bruxelas na quinta-feira. Deshchytsi disse que foi informado pelos mediadores de que a Rússia não havia rejeitado "categoricamente" a ideia de permitir que um grupo de contato ajudasse a negociar o encerramento da disputa. "Os russos estão pensando", destacou o ministro, então há "motivo para esperança".

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