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Masha, pintou, em abril de 2022, em uma aula de arte, um desenho com a bandeira ucraniana e uma mulher protegendo o filho de mísseis. A menina também escreveu “Glória à Ucrânia” e “Não à guerra” no desenho.
Masha, pintou, em abril de 2022, em uma aula de arte, um desenho com a bandeira ucraniana e uma mulher protegendo o filho de mísseis. A menina também escreveu “Glória à Ucrânia” e “Não à guerra” no desenho.| Foto: Reprodução

Nesta quarta-feira (12), as autoridades de Belarus extraditaram para a Rússia o cidadão russo Alexei Moskaliov, pai de uma menina de 13 anos que pintou um desenho antiguerra e que até recentemente estava internada em um centro juvenil após a abertura investigação contra seu pai.

"Alexei Moskaliov foi extraditado de Belarus para a Rússia", afirmou no Telegram a organização de direitos humanos independente OVD-Info, que rastreia a perseguição política na Rússia.

OVD-Info, declarada um "agente estrangeiro na Rússia", afirmou ter recebido esta informação de um advogado bielorrusso que tentou visitar Moskaliev hoje na prisão de Belarus onde ele estava detido.

O advogado da OVD-Info, Vladimir Biliyenko, que representa Moskaliov na Rússia, disse que não foi informado sobre a extradição de seu cliente.

Além disso, Biliyenko deixou uma solicitação na prisão SIZO-1 na região de Tula (200 quilômetros ao sul de Moscou) para ser informado caso o preso seja transferido para lá.

O advogado indicou que recorreu da condenação de Moskaliov, e o recurso deverá acontecer na presença de seu cliente.

Moskaliov foi preso no final de março em Minsk, depois de ter fugido da prisão domiciliar na noite anterior a ser condenado pela Justiça russa a dois anos de prisão por “desacreditar” as Forças Armadas russas com comentários nas redes sociais.

A perseguição judicial a Moskaliov, pai solteiro que mora em Yefremov, cidade cerca de 300 quilômetros ao sul de Moscou, se intensificou depois que sua filha, Masha, pintou, em abril de 2022, em uma aula de arte, um desenho com a bandeira ucraniana e uma mulher protegendo o filho de mísseis. A menina também escreveu "Glória à Ucrânia" e "Não à guerra" no desenho.

No dia seguinte, a polícia levou Moskaliov e sua filha à delegacia, onde o pai soube que havia sido aberto um processo contra ele por "desacreditar" as Forças Armadas.

Moskaliov já havia sido multado em 32 mil rublos (cerca de US$ 415) por escrever na rede social "Odnoklassniki" sobre o Exército russo que "os perpetradores estão conosco".

O homem foi preso em 1º de março por outro caso de "desacreditar as Forças Armadas" por comentários na mesma rede social sobre o massacre em Bucha, norte de Kiev, e o ataque em julho do ano passado contra uma prisão em Yelenovka, 40 quilômetros de Donetsk, de acordo com o portal independente russo "Meduza".

Durante o julgamento, que durou apenas um dia, Moskaliov disse que não escreveu os comentários de que a promotoria o acusa e afirmou que sua página no Odnoklassniki foi hackeada várias vezes.

A filha foi enviada para um centro juvenil.

A comissária presidencial para os Direitos da Criança na Rússia, Maria Lvova-Belova, informou no último dia 5 que a menina havia sido retirada do centro juvenil por sua mãe, que "não estava limitada em seus direitos parentais".

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