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Um grupo de promotores e juízes está tentando derrubar o governo democraticamente eleito da Itália, acusou o primeiro-ministro Silvio Berlusconi nesta sexta-feira, comparando o Judiciário de seu país ao grupo islâmico Taleban.

Em discurso num comício eleitoral em Turim, o bilionário premiê de 73 anos, que está sendo julgado em dois processos, disse que há um "objetivo subversivo" de derrubar seu governo, estabelecido há menos de dois anos.

"Se os promotores não gostam de uma lei, então a contestam e ela fica rejeitada pelas cortes", disse Berlusconi. "Estamos nas mãos desse bando de talebans, hoje a nossa democracia está nessa situação."

A Associação Nacional de Magistrados (ANM) disse que as palavras de Berlusconi marcam "uma escalada intolerável de insultos e agressão."

Na quinta-feira, o principal tribunal italiano arquivou um processo contra o parlamentar britânico David Mills, que havia sido condenado em instância anterior por receber propina de Berlusconi em 1999. Os juízes entenderam que o caso prescrevera.

Para a ANM, essa decisão mostra que não há motivação política dos magistrados contra o primeiro-ministro.

A sentença da Corte de Cassação poderia ter efeito direto sobre outro julgamento contra Berlusconi no caso Mills, retomado no fim do ano passado, mas que também pode vir a prescrever.

"O caso Mills é pura invenção, é absurdo", disse Berlusconi, acrescentando que desejava a total absolvição nesse caso, em vez de se beneficiar de uma prescrição do crime, como Mills, o que não implica nem culpa nem inocência.

A poucas semanas de uma eleição regional vista como um teste nacional para a coalizão governista de centro-direita, Berlusconi também está sendo julgado por fraude fiscal, em um caso relacionado às suas atividades empresariais antes de entrar para a política.

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