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O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, acenou com uma bandeira branca na quarta-feira na direção do seu ex-aliado Gianfranco Fini, enquanto vê seu governo ameaçado pelas denúncias de envolvimento sexual com uma adolescente.

Em discurso a dirigentes do seu partido Povo da Liberdade (PDL), Berlusconi atribuiu o "caso Ruby" à malevolência da imprensa, dos políticos de esquerda e até da máfia.

Ele afirmou que pretende ficar no cargo até o fim do seu mandato, em 2013, mas, num sinal das pressões que sofre, pediu a uma facção parlamentar rebelde, ligada a Fini, que continue apoiando o governo como já fez num voto de confiança em setembro no Parlamento.

"Quero fazer uma pergunta direta àqueles que aderiram ao novo grupo. Algo mudou para fazer alguém que votou a favor da moção de confiança há um mês mudar de posição? Não, nada mudou", afirmou.

"Estamos prontos para aceitar a realidade de uma proposta política diferente dentro da centro-direita", acrescentou.

Berlusconi lembrou que, sem apoio da bancada ligada a Fini, que é presidente da Câmara dos Deputados, será necessário convocar eleições antecipadas.

Fini rompeu com Berlusconi em julho, em meio a acusações sobre falta de ética, e desde então a situação do governo é precária.

A crise política se agravou desde que a jovem marroquina chamada Ruby disse ter recebido 7 mil euros para participar de uma festa na mansão de Berlusconi perto de Milão, quando tinha 17 anos.

Potencialmente mais graves são as acusações de que Berlusconi teria ligado para a polícia de Milão para tirar Ruby de apuros quando ela foi presa por suposto envolvimento em um furto.

Berlusconi admite que conhecia Ruby e que deu um telefonema para ajudá-la, mas afirma que estava apenas querendo ajudar uma pessoa de origem humilde, e nega ter usado sua influência para pressionar as autoridades.

Ao tentar encerrar o caso nesta semana, Berlusconi declarou que "é melhor gostar de meninas bonitas do que ser gay."

No domingo, o grupo de Fini, chamado Futuro e Liberdade para a Itália (FLI) fará uma reunião em que deve discutir o caso Ruby. Fini já disse que o incidente é um constrangimento.

Fini tem ao seu lado uma bancada suficientemente grande para derrubar o governo quando quiser, e nesta semana recebeu o apoio de mais dois dissidentes do PDL. Até agora, no entanto, ele não se mostra interessado em antecipar as eleições.

Italo Bocchino, político ligado a Fini, disse que Berlusconi terá de aceitar que uma nova fase começou em seu governo, e terá de fazer um pacto com seu agora maior rival dentro da centro-direita.

"Não queremos empurrar o país para uma campanha eleitoral desnecessária. Mas de agora até segunda-feira as coisas não vão continuar como estão", afirmou Bocchino a uma TV.

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