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Líder do Movimento 5 Estrelas, o terceiro mais votado nas eleições legislativas italianas, o comediante Beppe Grillo descartou qualquer aliança com a centro-esquerda de Pier Luigi Bersani e ainda iniciou através de seu blog um bate-boca com o representante da coalizão mais votada.

"Bersani é um morto que fala. Faz propostas indecentes, que se demita!", escreveu Grillo, se referindo à estreita vitória do PD, quando pesquisas apontavam que o partido venceria de forma mais tranquila. Grillo ironizou o pedido de apoio, lembrando críticas feitas por Bersani durante a campanha ao Movimento 5 Estrelas e destacou: "O M5S (sigla em italiano) não dará um voto de confiança ao Partido Democrata (ou a qualquer pessoa). Votará nas leis que reflitam nosso programa."

A resposta não demorou: "Venha dizer-me isso no Parlamento", retrucou o líder do Partido Democrata, pedindo que Grillo assuma suas responsabilidades.

A coalizão de Bersani conquistou a maior parte das cadeiras no Parlamento, mas não obteve maioria para governar sem evitar bloqueios de opositores. Na terça-feira, o líder do PD descartou uma coligação com a centro-direita do ex-premier Silvio Berlusconi, mas deixou a porta aberta ao movimento de Grillo. Bersani apresentou uma agenda onde muitos pontos coincidiam com as propostas do M5S. Mas disse que qualquer grupo que apoiasse a coalizão deveria lhe dar um voto de confiança - necessário para a formação de um novo governo.

As afirmações de Grillo - que durante a campanha rejeitou as medidas de austeridade e práticas da política tradicional -, no entanto, não deixaram dúvidas sobre a sua posição. O limbo político italiano preocupa os países vizinhos, num momento em que várias nações da zona do euro enfrentam uma crise financeira.

Um ataque de fora a Grillo e a Berlusconi causou nesta quarta-feira um momento de tensão entre Itália e Alemanha. O presidente Giorgio Napolitano cancelou um jantar com o social-democrata Pier Steinbrueck, candidato da oposição às eleições alemãs, depois que este chamou os dois políticos de "palhaços".

Steinbrueck, que enfrentará a chanceler federal Angela Merkel nas urnas em setembro, tem fama de cometer gafes. Na terça-feira, ele disse que estava surpreso por "dois palhaços" terem sido bem colocados nas eleições italianas. Napolitano não tem afinidades políticas com Berlusconi ou Grillo, mas tomou as dores pelo país.

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