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O ex-presidente dos Estados Unidos Joe Biden criticou seu sucessor na Casa Branca, Donald Trump, durante a primeira entrevista concedida a uma emissora após encerrar o mandato.
Em conversa com a BBC, divulgada nesta quarta-feira (7), o democrata afirmou que a estratégia de Trump de pressionar a Ucrânia para ceder territórios à Rússia, com o objetivo de encerrar a guerra, se assemelha à política usada pelo ex-primeiro-ministro britânico Neville Chamberlain, no final da década de 1930, para apaziguar as exigências de Adolf Hitler na tentativa de evitar uma guerra na Europa.
Biden classificou como "tola" qualquer tentativa de mudar os projetos do ditador russo, Vladimir Putin. "Qualquer um que pense que ele vai parar com a concessão de territórios é simplesmente tolo. É um apaziguamento moderno", afirmou o ex-presidente americano.
"Eu simplesmente não entendo como as pessoas pensam que, se permitirmos que um ditador, um bandido, decida tomar porções significativas de território que não lhe pertencem, isso vai satisfazê-lo. Eu não entendo isso de jeito nenhum", enfatizou.
Biden também criticou a relação atual de Washington com a Europa. O ex-presidente democrata rejeitou o apelo do atual mandatário republicano para que seu país recupere o Canal do Panamá, adquira a Groenlândia e torne o Canadá o 51º estado americano.
"Que diabos está acontecendo aqui? Que presidente fala assim? Não somos assim. Defendemos a liberdade, a democracia, a oportunidade, não o confisco", afirmou Biden, acrescentando que, com esses objetivos, "a Europa perderá a confiança na certeza e na liderança dos Estados Unidos".




