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O presidente dos EUA, Joe Biden, discursa no Dia do Memorial Nacional no Cemitério Nacional de Arlington, Virgínia, EUA, em 30 de maio de 2022.
O presidente dos EUA, Joe Biden, discursa no Dia do Memorial Nacional no Cemitério Nacional de Arlington, Virgínia, EUA, em 30 de maio de 2022.| Foto: EFE/EPA/MICHAEL REYNOLDS

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, exaltou a democracia nesta quarta-feira (8) como um "selo distintivo" do continente americano e pediu maior cooperação entre os países da região que compartilham esse sistema de governo.

Em seu discurso na abertura da IX Cúpula das Américas, realizada em Los Angeles, Biden pediu para que os participantes demonstrem "o poder das democracias", sem se referir diretamente à sua polêmica decisão de não convidar para a reunião três países que não considera democráticos: Cuba, Venezuela e Nicarágua.

O presidente americano ressaltou, no entanto, que a democracia "está sendo atacada em todo o mundo" e que a Carta Democrática Interamericana inclui o compromisso dos países da região com a "promoção e defesa" da democracia em todo o planeta.

"Vamos nos reunir novamente e renovar nossa convicção de que a democracia não é apenas a característica definidora da história americana, mas um ingrediente essencial dos futuros americanos", sugeriu Biden.

"Nesta cúpula, temos a oportunidade de nos reunir em torno de ideias ousadas, ações ambiciosas e de demonstrar ao nosso povo o incrível poder das democracias para oferecer benefícios concretos e tornar a vida melhor para todos", acrescentou.

A decisão dos EUA de excluir Cuba, Venezuela e Nicarágua da cúpula incomodou profundamente vários líderes latino-americanos, como o mexicano Andrés Manuel López Obrador, o boliviano Luis Arce e a hondurenha Xiomara Castro, que decidiram não comparecer à reunião e enviar seus ministros das Relações Exteriores.

Esta é a primeira vez que os Estados Unidos sediam uma Cúpula das Américas desde a primeira edição, realizada em Miami em 1994, sob o governo de Bill Clinton.

Biden disse que muitas coisas mudaram desde então, mas que o "espírito" de esperança que marcou aquela cúpula ainda é necessário para enfrentar os desafios de hoje.

"Não há nenhuma razão para que o continente americano não possa ser seguro, próspero e democrático, do norte do Canadá ao extremo sul do Chile. Temos todas as ferramentas de que precisamos", ressaltou.

Biden também anunciou uma aliança entre a América Latina e o Caribe para promover a prosperidade econômica do continente enquanto se recupera dos efeitos econômicos da pandemia de Covid-19, embora sem criar novos acordos comerciais.

Além disso, o presidente americano propôs uma reforma do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) visando dar ao setor privado um papel maior no desenvolvimento do continente.

Biden focará na crise climática durante esta quinta-feira, enquanto na sexta-feira ele assinará a chamada "Declaração de Los Angeles sobre Migração" com outros países, na qual se espera que haja compromissos concretos para gerenciar os fluxos migratórios na região.

Durante seu discurso de abertura, o presidente americano já antecipou que considera a imigração irregular inaceitável e pediu que os países da região assumam sua "responsabilidade" na crise migratória.

"A imigração segura e ordenada é boa para nossas economias, inclusive a dos Estados Unidos, onde pode ser um catalisador para o crescimento sustentável. Mas a imigração irregular é inaceitável", declarou Biden diante de vários chefes de Estado das Américas.

Por isso, afirmou que o objetivo da cúpula é selar um pacto migratório regional que dê respostas às pessoas que fogem de seus países e que contenha uma “nova abordagem” na qual todas as nações do continente assumam sua “responsabilidade”.

Além disso, defendeu a inclusão de "medidas contundentes contra os traficantes que se aproveitam de pessoas desaparecidas".

"A declaração representará um compromisso de todos para encontrar uma solução razoável e melhorar a estabilidade", garantiu Biden.

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