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Vaticano

Bispo que negou Holocausto pede desculpas ao papa

Papa Bento 16 expressou sua "total e inquestionável solidariedade" com os judeus na quarta. Bispo disse que 300 mil judeus morreram em campos de concentração nazista

Um bispo tradicionalista que despertou ira entre judeus ao fazer declarações negando a existência do Holocausto pediu desculpas ao papa Bento 16 por ter causado "embaraço e problemas desnecessários".

Mas o bispo, Richard Williamson, não se retratou ou retirou os comentários, que ele classificou como "imprudentes" em carta postada nesta sexta-feira em seu blog e enviada ao Vaticano há dois dias.

Williamson - um dos quatro bispos cujas excomungações foram canceladas pelo papa no último sábado, após 20 anos afastados - disse em entrevista à televisão sueca há uma semana: "Eu acredito que não houve câmaras de gás".

O bispo disse ainda que não mais que 300 mil judeus morreram em campos de concentração nazistas, ao contrário dos 6 milhões estimados pelos principais historiadores.

A entrevista, gravada em novembro, causou alvoroço entre líderes judeus e católicos progressistas, muitos dos quais consideraram que a conversa colocava em risco o diálogo de 50 anos entre judeus e cristãos.

Entre os que condenaram a entrevista estavam sobreviventes do Holocausto, o rabinato supremo de Israel e o escritor judeu e vencedor do Prêmio Nobel Elie Wiesel.

Na carta endereçada ao cardeal Dario Castrillon Hoyos, oficial do Vaticano responsável pelos contatos com o movimento tradicionalista, Williamson disse:"No meio desta grande tempestade midiática causada pelos meus imprudentes comentários na televisão sueca, eu imploro para que você aceite, respeitosamente, meu sincero pesar por ter causado a você e ao santo padre tamanho embaraço e problemas desnecessários".

Williamson, um britânico, não mencionou o Holocausto e não repudiou seus comentários, como queriam muitos judeus.

O papa Bento 16 expressou sua "total e inquestionável solidariedade" com os judeus na quarta-feira, em uma tentativa de diminuir a crise.

Williamson e outros três bispos foram expulsos há 20 anos quando foram ordenados sem a permissão do papa João Paulo, iniciando a primeira divisão na Igreja em tempos modernos. O papa Bento 16 cancelou as excomungações no último sábado, numa tentativa de pôr fim à divisão.

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