• Carregando...

Três semanas de bombardeios israelenses provocaram US$ 2 bilhões em prejuízos à infra-estrutura do Líbano, afirmou na quarta-feira o ministro dos Transportes e Obras Públicas do país árabe, Mohammed al-Safadi. Serão necessários muitos anos até que a reconstrução esteja completa.

- Nossa avaliação preliminar é de US$ 2 bilhões [em prejuízos] - disse o ministro à Reuters. - Aí estão incluídos, até agora, os portos, o aeroporto, as estradas, as pontes.

Israel lançou sua campanha de bombardeios e incursões por terra contra o Líbano depois de a guerrilha libanesa Hezbollah ter capturado dois soldados israelenses em uma operação no dia 12 de julho. Os bombardeios destruíram muitas estradas, pontes e alças de acesso do sul e do leste do país árabe, além de terem colocado fora de operação o único aeroporto internacional do Líbano e seus portos.

Segundo Safadi, serão necessários três meses para que o aeroporto volte a funcionar com capacidade total. Duas pistas podem ser recuperadas temporariamente dentro de alguns dias, mas uma terceira levará três meses para ser consertada, diminuindo a velocidade da recuperação a ser iniciada após o fim dos conflitos.

A ponte da principal estrada internacional do país, que liga Beirute a Damasco, precisará de quatro anos para ser reconstruída. Essa era a ponte mais alta do Oriente Médio.

- Levando em conta os períodos de preparação, planejamento etc., vamos precisar de algo entre três e quatro anos, certamente - disse. - Esse é o problema. Em vista disso, o ministério concentra-se agora em abrir passagens alternativas.

Reconstrução

A arrecadação obtida pelo governo exclusivamente com o aeroporto era de US$ 15 milhões por mês, afirmou Safadi. Mas, segundo o ministro, o maior custo à economia libanesa viria na forma de negócios não realizados.

O comércio e o turismo foram paralisados pelo bloqueio aéreo e marítimo imposto por Israel. As estradas, usadas por caminhões que levavam mercadorias do porto de Beirute para a Síria e para além dela, foram atingidas.

Os militares israelenses atacaram os radares e tanques de combustível dos portos, e os prédios da região portuária de Trípoli e de Tiro ficaram bastante danificados.

O porto de Beirute foi poupado das investidas mais violentas, mas, agora, recebe apenas ajuda humanitária e embarcações enviadas para retirar estrangeiros do país.

- O maior prejuízo econômico é para aqueles que usavam o aeroporto para o comércio e o turismo - afirmou. - Essa era a principal fonte de arrecadação do governo. Estamos perdendo nossa principal fonte de arrecadação.

O Líbano, que fez grandes empréstimos para se recuperar após o fim da guerra civil (1975-1990), espera, desta vez, depois de terminado o conflito, atrair ajuda internacional.

O aeroporto de Beirute, reconstruído após a guerra, era novo, como eram muitas das estradas e pontes agora destroçadas ou cheias de buracos.

O Líbano atraía hordas de turistas árabes e de investidores até o começo da guerra espantá-los.

O país espera que os governos árabes ajudem a pagar pela reconstrução depois de terminado os bombardeios israelenses. A Arábia Saudita já prometeu US$ 500 milhões para ajudar na reconstrução do Líbano. O Kuwait prometeu US$ 300 milhões.

- Também esperamos a realização de uma conferência de países doadores após o fim dos ataques israelenses - disse Safadi, que não quis dizer quanto em ajuda o país tentaria obter.

- Os danos sobre os quais estamos falando são os produzidos até hoje. Esperamos que eles não aumentem, mas a agressão israelense não acabou e está, até mesmo, se ampliando. Então, temos de esperar - acrescentou.

Fim de ataques

Enquanto a Organização das Nações Unidas se prepara para a reunião que deverá traçar, na quinta-feira, os rumos da força multinacional de paz - sem que se saiba, ainda, se ela entrará em ação antes ou depois que Israel der por encerrado a ofensiva no Líbano -, o ministro da Justiça de Israel, Haim Ramon, disse à rádio pública de Israel que os ataques não durarão até o fim da semana que vem.

Interatividade

O G-8 diz que cabe ao Hezbollah encerrar o conflito com Israel no Líbano. Você concorda?

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]