Quito As pesquisas de boca-de-urna indicam que o Equador terá um segundo turno da eleição presidencial, no dia 26 de novembro. Ontem mais de 9 milhões de eleitores equatorianos (cerca de dois terços da população) foram às urnas para eleger o sétimo presidente do país em dez anos. Para surpresa geral, a boca-de-urna também indicou a vitória de Alvaro Noboa, o magnata das bananas. Noboa, que nas últimas pesquisas tinha 23% das preferências, teria obtido 27,6% segundo o Instituto Gallup, vencendo o socialista Rafael Correa que teria ficado com 25,5%. Nas pesquisas pré-eleitorais, era Correa quem ficava em primeiro, com 30% das preferências.
Outros dois levantamentos de boca-de-urna comprovam a virada eleitoral detectada pelo Gallup. A da Informe Confidencial dá 28,5% para Noboa e 26,5% para Correa. No levantamento da Market eles têm, respectivamente, 28,23% e 27,17%. A margem apertada pode ser considerada um empate eleitoral. De qualquer modo, a mudança na classificação não altera um fato já há muito esperado no Equador: o de que o país só conhecerá o novo presidente em novembro.
Para vencer no primeiro turno, um candidato teria de conquistar pelo menos 40% dos votos válidos e obter uma vantagem de 10 pontos porcentuais sobre os rivais.
Durante uma cerimônia para marcar o início da votação, ontem, o atual presidente, Alfredo Palácio, assegurou que os resultados das eleições serão respeitados.
O chefe da missão de observadores da Organização dos Estados Americanos (OEA), o ex-chanceler argentino Rafael Bielsa, afirmou que a crise política da última década ficará para trás graças aos votos dos cidadãos. Os três últimos presidentes equatorianos foram destituídos por protestos maciços de rua, depois de terem ficado impopulares por promessas não cumpridas e denúncias de corrupção.
Noboa, dono de uma das maiores exportadoras de banana do mundo, prometeu reduzir a pobreza. O empresário defende a assinatura de tratados de livre comércio com os EUA.
Correa, por sua vez, é contra os pactos comerciais com os EUA e vem dizendo que o Equador tem de "superar as falácias do neoliberalismo". Aliado do presidente venezuelano, Hugo Chávez, ele é simpático à nacionalização dos hidrocarbonetos feita pelo boliviano Evo Morales. Os resultados oficiais das eleições devem ser divulgados hoje.



