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Sánchez de Lozada promoveu na década de 90 privatizações que agora estão sendo revertidas por Morales | David Mercado / Reuters
Sánchez de Lozada promoveu na década de 90 privatizações que agora estão sendo revertidas por Morales| Foto: David Mercado / Reuters

A Bolívia formalizou junto a Washington o pedido de extradição do ex-presidente Gonzalo Sánchez de Lozada, acusado por 67 mortes, disse a chancelaria na terça-feira (11).

"Ontem a chancelaria boliviana apresentou o 'exorto suplicatório' para a extradição de Gonzalo Sánchez de Lozada e seus ministros", disse a porta-voz Consuelo Ponce.

Os ex-ministros em questão são Carlos Sánchez Berzaín e Jorge Berindoague, que ocuparam as pastas de Defesa e de Hidrocarbonetos no segundo governo de Sánchez de Lozada, que renunciou à Presidência e fugiu para os EUA em 2003, diante de uma onda de protestos que deixou pelo menos 67 mortos, segundo entidades de direitos humanos.

Ponce não quis especular sobre os efeitos da eleição de Barack Obama sobre a extradição do conservador Sánchez de Lozada. Na noite de segunda-feira, entretanto, o vice-ministro de Coordenação de Movimentos Sociais, Sacha Llorenti, disse que isso pode facilitar a extradição, pois o ex-presidente boliviano "até agora gozou de proteção política nos Estados Unidos durante o governo de George W. Bush", segundo o jornal local "La Prensa".

As relações entre Bolívia e Estados Unidos entraram numa nova fase de tensão em setembro, quando o governo esquerdista de Evo Morales expulsou o embaixador norte-americano, acusando-o de conspirar com a oposição. Washington retaliou expulsando o embaixador boliviano.

Em novembro, Morales proibiu as operações da DEA (agência antidrogas dos EUA) em território boliviano, também sob suspeita de colaboração com a oposição.

Morales já acusou várias vezes os EUA de protegerem "criminosos" como Sánchez de Lozada, pois as autoridades norte-americanas não deram curso às repetidas intimações para que o ex-presidente assuma sua defesa.

Advogados de Sánchez de Lozada disseram no passado que não há condições para um julgamento imparcial na Bolívia, onde haveria motivação política para puni-lo.

Na década de 1990, o governo de Sánchez de Lozada promoveu privatizações, especialmente do petróleo e do gás, que agora estão sendo revertidas por Morales.

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