O novo presidente da companhia Yacimientos Petrolíferos Fiscais Bolivianos (YPFB), Jorge Alvarado, afirmou que a reestatização de duas refinarias controladas pela Petrobras na Bolívia será um dos primeiros passos que dará o governo Evo Morales. O novo presidente boliviano antecipou sua intenção de recomprar as refinarias, localizadas nas cidades de Cochabamba e Santa Cruz de la Sierra, durante a campanha eleitoral e conversou sobre o assunto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na visita que fez ao Brasil antes das eleições de dezembro passado.
- Existe boa disposição por parte de Lula e da Petrobras para que as duas principais refinarias do país voltem a ser da YPFB - disse Alvarado.
O novo presidente da estatal boliviana também defendeu o aumento do preço do gás vendido ao Brasil e à Argentina.
- Queremos preços justos - enfatizou o funcionário, homem de confiança do presidente Morales.
Assessores de Morales explicaram que a Bolívia não pode continuar exportando mais gás para a Argentina a "preço solidário", como vem fazendo desde 2003, quando o país mergulhou numa delicada crise energética. O preço pago pelo governo Néstor Kirchner subiria, afirmaram as fontes bolivianas, de US$ 2 por BTU (Unidade Térmica Britânica, usada para medir o volume de gás) para US$ 3,25. Nos mercados internacionais, o preço hoje é de US$ 9. O reajuste que será aplicado ao Brasil ainda está sendo estudado pelos técnicos bolivianos.
- Ambos os países (Brasil e Argentina) sofrerão aumentos - confirmaram assessores do presidente.
As refinarias operadas pela Petrobras foram compradas em 1999 por US$ 100 milhões e hoje estão avaliadas em US$ 150 milhões. Ambas são consideradas fundamentais pelo governo Morales para resolver os problemas de abastecimento interno do país e, também, para aumentar o faturamento da YPFB, empresa que nos últimos anos foi praticamente destruída pelos sucessivos governos bolivianos.
Segundo fontes do governo brasileiro, as refinarias chegaram a gerar prejuízo de US$ 50 milhões para a Petrobras. Negociadores brasileiros e bolivianos ainda não chegaram a um acordo sobre como será a operação de recompra das refinarias. A intenção do governo Morales é obter condições vantajosas de pagamento, dada à delicada situação econômica de seu país.
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