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Organizações cívicas da combativa cidade boliviana de El Alto, vizinha de La Paz, decidiram bloquear estradas em rejeição a uma proposta em discussão na Assembléia Constituinte para transferir a sede de governo de La Paz para Sucre, e que é bem-vista pela oposição.

Representantes de diversas organizações se concentraram no limite entre ambas as cidades para protestar contra a intenção de alguns setores políticos de incluir no novo texto constitucional a mudança da sede de governo, e acusaram os departamentos da "meia-lua" (os opositores Santa Cruz, Tarija, Beni e Pando) de apoiar a medida com fins políticos.

"El Alto se põe novamente de pé, diante de uma decisão que consideramos injusta e que está atentando contra a unidade do país", disse à AFP o prefeito de El Alto, Fanor Nava, acrescentando que esta medida é apenas o início de outras mobilizações que serão convocadas nos próximos dias em coordenação com grupos de La Paz.

Nava pediu aos dirigentes e departamentos que apóiam a mudança da sede para não insistirem com este pedido que pode levar "até ao enfrentamento entre bolivianos".

O prefeito de El Alto lembrou que foram os moradores desta cidade, cerca de 700.000, que iniciaram a mobilização de outubro de 2005 em defesa do gás e que foi fundamental para a renúncia do ex-presidente conservador Gonzalo Sánchez de Lozada.

Este fugiu do país, após a resistência civil que deixou mais de 60 mortos e quase 50 feridos.

"Não é possível que a meia-lua conspire contra a integridade da Bolívia. El Alto defendeu os interesses do país, os recursos naturais e, agora, defenderá a sede", disse o presidente do Comitê Cívico das 20 províncias de La Paz, Clemente Rodríguez, ressaltando que o custo dessa transferência está calculado em mais de 700 milhões de dólares.

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