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A Promotoria de Paris confirmou nesta quinta-feira (19) que o homem morto em uma megaoperação policial na quarta é o suposto mentor dos atentados terroristas que mataram 129 pessoas na capital francesa na semana passada.

Análises de digitais indicaram que os restos mortais encontrados após a operação são do extremista Abdelhamid Abaaoud, 27, belga de ascendência marroquina.

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Abaaoud é ligado à milícia terrorista Estado Islâmico (EI), que reivindicou a autoria dos ataques em Paris.

Ele foi criado com seis irmãos no bairro de Molenbeek, em Bruxelas. Seus pais têm uma loja de roupas na rua mais comercial do local.

Segundo uma irmã, ele não era religioso antes de 2014 e tirava boas notas na escola. Mas autoridades afirmam que ele se envolveu em um ataque em 2010 com Brahim Abdeslam, um dos homens-bomba que se suicidou em Paris, e seu histórico policial contém outros delitos na capital belga entre 2010 e 2011.

Segundo o ministro do Interior da França, Bernard Cazeneuve, suspeita-se que Abaaoud esteve envolvido em quatro de seis ataques frustrados pelas autoridades francesas desde a primavera (outono no Brasil).

Cazeneuve também disse que a França não sabia que o extremista estava em seu território antes dos ataques da semana passada.

“Nenhuma informação vinda de países europeus, onde ele poderia ter transitado antes de chegar à França, nos havia sido fornecida”, disse o ministro. “Somente em 16 de novembro, depois dos ataques em Paris, um serviço de inteligência de fora da Europa assinalou seu conhecimento sobre a presença dele na Grécia.”

Uma autoridade do ministério do Interior da Grécia, porém, informou à agência Reuters que o país não tem nenhum indício de que Abaaoud tenha passado por seu território.

Em fevereiro deste ano, a revista on-line do EI, “Dabiq”, veiculou uma entrevista com Abaaoud, informando que ele viajara pela Europa despercebido pelas forças de segurança para organizar ataques e adquirir armas.

Abatido

Imediatamente após os ataques, pensava-se que ele estava na Síria, mas registros de ligações telefônicas levaram a seu esconderijo em um apartamento em Saint-Denis, subúrbio no norte de Paris.

As autoridades francesas afirmam ter evitado mais um atentado ao desmantelar nesta quarta a célula terrorista em Saint-Denis. A operação, que deixou dois mortos e oito presos, teve a participação de cem policiais e 5.000 tiros foram disparados.

Morreram na operação Abaaoud, que acredita-se ter sido baleado e atingido por uma granada, e uma mulher-bomba que se explodiu durante o confronto com policiais. A Promotoria a identificou como Hasna Aitboulahcen, 26, prima de Abaaoud.

Dentre os suspeitos de envolvimento com os atentados de Paris, continua foragido Salah Abdeslam, um francês de 26 anos nascido na Bélgica. Ele alugou três carros usados nos ataques.

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O anúncio da morte de Abaaoud ocorreu pouco depois de o premiê Manuel Valls afirmar que a França enfrenta “risco de ataques com armas químicas ou biológicas”.

Também nesta quinta-feira, a polícia belga lançou seis operações de busca, em Molenbeek e outras regiões de Bruxelas, por suspeitos de envolvimento com o terrorismo.

Origem de Abaaoud, a Bélgica é o país europeu que abriga o maior número de radicais islamitas em proporção à sua população.

Histórico

Abaaoud viajou da Bélgica para a Síria em 2013 junto com um irmão de 13 anos -- que na época foi apresentado como o militante mais jovem -- para se integrar a uma célula do EI com jovens procedentes da Europa.

Em pouco tempo, Abaaoud foi encarregado de recrutar outros combatentes que falassem francês.

Em julho deste ano, a Justiça da Bélgica condenou Abaaoud à revelia a 20 anos de prisão por recrutar jovens belgas que integravam a organização na Síria.

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O rosto do terrorista ficou conhecido em março de 2014, com a divulgação de vídeos nos quais conduzia uma caminhonete que arrastava vários corpos, enquanto fazia brincadeiras com seus companheiros, em uma região da Síria controlada pelo grupo terrorista.

Abaaoud também foi ligado a vários atentados do Estado Islâmico na Europa.

Em 15 janeiro deste ano, poucos dias depois dos atentados de Paris contra a redação da revista “Charlie Hebdo” e alvos judeus, a polícia belga desarticulou uma rede de terroristas na cidade de Verviers que preparavam ataques contra delegacias -- dois foram mortos na operação.

Abaaoud também é considerado mentor de outros ataques do EI na Europa, e em particular na França: o do trem Amsterdã-Paris em agosto, cometido pelo marroquino Ayoub El Khazzani, e o que foi evitado contra uma igreja em Villejuif, nos arredores da capital francesa, com a prisão do franco-argelino Sid Ahmed Ghlam.

Suspeitas apontam que Abaaoud manteve contato por telefone em janeiro de 2014 com Mehdi Nemmouche, que cometeu o atentado do Museu Judeu de Bruxelas em 24 de maio, no qual morreram quatro pessoas.

Segundo o “The Wall Street Journal”, o terrorista tinha ganhado destaque no EI e estava sendo vigiado por países ocidentais, que planejavam matá-lo em um ataque aéreo, mas perderam seus rastros algumas semanas antes dos ataques em Paris.

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