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Homem palestino inspeciona destroços de um edifício atingido por ataque de mísseis de Israel, na Faixa de Gaza | Mahmud Hams/AFP
Homem palestino inspeciona destroços de um edifício atingido por ataque de mísseis de Israel, na Faixa de Gaza| Foto: Mahmud Hams/AFP

Disparos efetuados nesta terça-feira (6) por um tanque israelense contra uma escola mantida pela ONU em Jabalia, na Faixa de Gaza, mataram ao menos 40 pessoas e deixaram outras dezenas feridas, segundo informações divulgadas pelo jornal "Haaretz", de Israel. Foi o segundo ataque em menos de 24 horas a uma instituição de ensino das Nações Unidas na região. Na noite de segunda-feira, três pessoas morreram num bombardeio contra uma escola na Cidade de Gaza onde cerca de 400 palestinos buscavam refúgio. O segundo ataque teria acontecido depois de palestinos dispararem mísseis do local. Além das pessoas que se refugiavam na escola, vizinhos também teriam sido atingidos. Em meio à violência, Gaza também sofre com escassez de comida, energia e auxílio médico.

Forças israelenses entraram nesta terça-feira na cidade de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, ampliando a ofensiva terrestre, lançada no sábado, como parte do ataque ao Hamas que já dura 11 dias. Soldados também endureceram o cerco à Cidade de Gaza, onde israelenses e integrantes do grupo radical islâmico combatiam frente à frente em áreas residenciais. O confronto chegou ao subúrbio de Gaza, espalhando pânico entre os moradores.

As mortes registradas por médicos palestinos desde o início da operação na Faixa de Gaza já se aproximam de 600. Os feridos já são mais de 2.700. Do lado de Israel, o total de mortos subiu para dez - quatro civis atingidos por foguetes do Hamas e seis militares em combate.

Israel afirma ter matado 130 combatentes do grupo radical islâmico desde o início da ofensiva terrestre desencadeada no fim de semana para, segundo o Exército israelense, tentar pôr fim ao lançamento de foguetes do grupo radical islâmico contra o Sul do país.

O Exército de Israel confirmou que cinco militares morreram e outros 20 ficaram feridos atingidos por "fogo amigo" em dois episódios separados na segunda-feira e nesta terça-feira, segundo a versão oficial. Tanques dispararam por engano em Khan Younis e Dir el Balah, em áreas onde os soldados estavam operando. Um outro soldado foi declarado morto no domingo.

Uma das poucas fontes de informação na Faixa de Gaza diante do bloqueio imposto a jornalistas por Israel, médicos palestinos disseram 10 pessoas atingidas por mísseis disparados de navios de guerra estacionados na costa.

Soldado israelense ferido durante a ofensiva de Israel em Gaza é levado ao hospital de Soroka, na cidade de Beersheba, no sul de Israel - Reuters

Apesar de sofrer perdas significativas em sua infra-estrutura, o Hamas voltou a atacar Israel com foguetes. Depois de ameaçar atacar a cidade israelense de Tel Aviv, levando a prefeitura a preparar abrigos antiaéreos, o grupo islâmico atingiu, segundo a rede de TV americana CNN, a cidade de Gadera, a 36 quilômetros da Faixa de Gaza.

Os ataques dos dois lados reduziram as possibilidades de um novo cessar-fogo, negociado por líderes ocidentais. O presidente da França, Nicolas Sarkozy, chegou nesta terça-feira a Damasco, na Síria, onde ainda tenta costurar uma nova trégua depois de reuniões no Egito, em Israel e na Cisjordânia. Segundo Mark Regev, porta-voz do primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, Israel disse a Sarkozy que não vai concordar com um cessar-fogo a menos que inclua medidas para evitar que o Hamas de se rearme.

Ao falar pela primeira vez sobre a crise, o presidente americano, George W. Bush, também pediu um novo acordo. Seu futuro sucessor, Barack Obama, quebrou o silêncio e se disse preocupado com o conflito.

O Brasil voltou a condenar as ações de Israel. A ministra das Relações Exteriores de Israel, Tzipi Livni, telefonou ao chanceler brasileiro, Celso Amorim. O ministro reafirmou que o Brasil lamenta a perda de vidas na Faixa de Gaza e o "uso desproporcional da força" na região. Amorim também sugeriu o envio de observadores ao território palestino, possibilidade rejeitada na véspera por Livni , que é candidata a primeira-ministra nas eleições de 10 de fevereiro.

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