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O presidente do Chile, Gabriel Boric, fala em entrevista coletiva, durante a Cúpula das Américas, em Los Angeles, Califórnia, EUA, 10 de junho de 2022.
O presidente do Chile, Gabriel Boric, fala em entrevista coletiva, durante a Cúpula das Américas, em Los Angeles, Califórnia, EUA, 10 de junho de 2022.| Foto: EFE/EPA/CAROLINE BREHMAN

O presidente do Chile, Gabriel Boric, anunciou na quinta-feira (29) seu primeiro orçamento geral, que prevê um aumento do gasto público de 4,2% até 2023 e põe ênfase sobre a segurança pública, a ajuda social e a reativação econômica.

Em rede nacional, o presidente chileno afirmou que o projeto de Lei Orçamentária, que será apresentado nesta sexta-feira (30) no Congresso e deve ser aprovado nos próximos 60 dias, “foi pensado para resolver os problemas das pessoas, com uma base sólida de responsabilidade fiscal”.

"Terá um efeito anticíclico. Isso significa que, em um contexto de menor arrecadação tributária devido ao ajuste da economia, manteremos o aumento do gasto, garantindo a continuidade de boas políticas públicas e mobilizando um volume significativo de recursos para reativação econômica", explicou Boric.

O projeto inclui um plano de 1,6 trilhão de pesos (cerca de R$ 8,7 bilhões) para infraestrutura pública, que vai gerar 200 mil novos empregos "sem provocar mais inflação", segundo o presidente.

"Estou ciente da situação difícil que nosso país e o mundo enfrentam", disse Boric, que se tornou o presidente mais jovem da história chilena no último mês de março.

Em matéria de segurança pública, uma das maiores preocupações do governo e dos cidadãos, o orçamento prevê um aumento de 164 bilhões de pesos (cerca de R$ 918 milhões), o que representa um aumento de 4,4% em relação às contas deste ano.

“Sabemos que temos uma ameaça, que é o crime organizado e não vamos permitir que continue avançando (...) Por isso aumentaremos também em 25 bilhões de pesos (cerca de R$ 140 milhões) o orçamento para os Carabineros do Chile (instituição de polícia ostensiva)", anunciou Boric.

Para o gasto social, o projeto prevê um aumento de 8%, com mais da metade dessa alta destinada ao financiamento da pensão básica universal aprovada no ano passado durante o governo do ex-presidente Sebastián Piñera.

A medida contempla uma pensão mensal de 193.000 pesos (cerca de R$ 1.080) e beneficia quase 2,3 milhões de pessoas.

“Não podemos ficar tranquilos, continuar aumentando as pensões dos idosos no curto prazo é o objetivo que nos propusemos enquanto governo”, salientou o governante chileno, que também defendeu um maior reforço sobre os cuidados de saúde mental.

A economia chilena cresceu históricos 11,7% em 2021, após a forte queda de 5,8% em 2020 devido à pandemia, e registrou uma inflação acumulada de 7,2%, a maior em 14 anos.

As ajudas econômicas repassadas pelo governo chileno para mitigar o impacto da pandemia, bem como os saques antecipados dos fundos de pensão, impulsionaram consideravelmente o consumo no ano passado, ao que se somam os efeitos da guerra na Ucrânia, segundo especialistas.

Para combater a inflação, o Banco Central do Chile fez uma retirada do estímulo monetário e em poucos meses elevou as taxas de juros para 10,75%.

Em maio, o governo chileno reduziu sua previsão de crescimento para 2022, de 3,5% para 1,5%, e elevou sua estimativa de inflação acumulada em 12 meses para 8,9% até o final do ano.

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