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Com a vitória de Cristina Fernandéz de Kirchner assegurada nas urnas, ganham espaço as especulações sobre quem fica e quem sai do atual governo de seu marido, Néstor Kirchner. O destino reservado ao presidente até 2011 é uma das principais dúvidas. Se Kirchner teve papel fundamental na eleição da primeira-dama, que soube explorar a participação do marido na sua campanha, a Argentina não sabe ainda qual será seu papel no governo da mulher, que assumirá o cargo no dia 10 de dezembro.

- Quem conhece o casal sabe que, embora eles conversem sobre tudo, conhecem perfeitamente a posição que devem ter - disse o chefe de gabinete e braço-direito de Kirchner, Alberto Fernandéz, descartando a possibilidade de um "duplo comando" na Casa Rosada.

Kirchner poderia se candidatar à reeleição e provavelmente venceria, já que sua popularidade supera 45%, depois de quatro anos e meio de um mandato conturbado, mas bem-sucedido. Entretanto, ele preferiu indicar a mulher, que atualmente é senadora.

- Kirchner vai continuar perto do governo e perto da sua mulher no exercício (do mandato), não posso imaginar que estará fora - disse o analista político Ricardo Rouvier, contradizendo Fernandéz.

Cristina dedicou sua vitória a Néstor, seu "companheiro de toda a vida" e que assumiu a Presidência "com um baixo nível de representação popular" e "em circunstâncias econômicas, sociais, políticas e institucionais muito diferenças" das atuais.

Nas eleições de 2003, o ex-presidente Carlos Menem (1989-1999) recebeu 24,3% dos votos, e Kirchner ficou com apenas 22%. No entanto, Menem desistiu de concorrer por medo de uma derrota no segundo turno,abrindo caminho para Kirchner.

Além do presidente, o atual chefe de gabinete é, segundo o jornal argentino "Clarín", um dos membros da atual administração que terá papel importante no próximo governo. Além de Fernandéz, a lista dos que devem resistir à troca de comando inclui o chanceler Jorge Taiana, que acompanhou Cristina em diversas viagens internacionais durante sua campanha, e Alicia Kirchner, irmã do presidente e ministra do Desenvolvimento Social - pasta que pode se fundir com a da Saúde.

Ainda de acordo com o diário, o advogado Carlos Zannini, "um dos conselheiros mais influentes do kirchnerismo, continuará responsável pela Secretaria de Assuntos Legais e Técnicos. Miguel Peirano deve se manter à frente da Economia, mas outro nome cotado para a área é o economista Mario Blejer, que pode ficar com um cargo importante nas Finanças ou na relação com organismos multilaterais.

O "Clarín" também cita o nome de Bernardo Kosacoff para a pasta da Produção caso a Economia se separe entre esta área e Fazenda e Finanças, idéia que perdeu força. No Planejamento, o jornal atribui a vantagem a Daniel Cameron (hoje secretário de Energia).

Segundo o diário, há ainda os candidatos "multifuncionais": kirchneristas que aspiram a ficar com os cargos e tem boas possibilidades. É o caso de Aníbal Fernández, cotado para Trabalho ou Defesa, ou ainda para continuar com o Interior. Felipe Sola também está entre eles, e poderia assumir um novo Ministério do Meio Ambiente.

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