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Revisão do tratado

Brasil e Paraguai criam mesa de negociação para tratar de Itaipu

Em reunião com Lula, presidente do Paraguai diz que estabilidade de seu país depende das mudanças no tratado

Presidente Lula cumprimenta Fernando Lugo, em reunião no Palácio do Planalto: comissão bilateral começará a trabalhar em até dez dias | Domingos Tadeu/AFP
Presidente Lula cumprimenta Fernando Lugo, em reunião no Palácio do Planalto: comissão bilateral começará a trabalhar em até dez dias (Foto: Domingos Tadeu/AFP)
Saiba o que o governo paraguaio pede em seu pleito por uma remuneração maior de Itaipu |

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Saiba o que o governo paraguaio pede em seu pleito por uma remuneração maior de Itaipu

Brasília - Após três de horas de reunião, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e o paraguaio Fernando Lugo criaram uma mesa técnica de negociação bilateral para discutir a questão da usina binacional de Itaipu. Ao fim do encontro, não houve clareza se haverá revisão do tratado – uma reivindicação paraguaia que não é aceita pelo Brasil.

"Diria que não houve nenhuma mudança de posição em relação a esta questão (revisão do tratado). Vamos ver o que resulta da mesa de negociações porque podem surgir idéias criativas que encontrem boas soluções’’, disse o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, em entrevista ao lado do chanceler paraguaio Alejandro Hamed.

A mesa de negociação deve se reunir "em uma semana, dez dias’’, de acordo com os chanceleres. Além de debater formas de "recompensar brasileiros e paraguaios de forma justa pela riqueza gerada por Itaipu’’, os técnicos analisarão os números da usina – custos, preço da energia, repasses etc.

A criação da mesa serve como saída política para ambos os presidentes. Eleito com a bandeira de revisão dos preços pagos por Itaipu ao Paraguai, Lugo precisa mostrar a seu eleitorado que é capaz de obter concessões do Brasil. Lula, por sua vez, tem resistência do Congresso à revisão e o Itamaraty não abre mão do texto atual.

Durante o encontro, Lula sancionou projeto de lei aprovado no Congresso dando aos caminhoneiros paraguaios que cruzam a Ponte da Amizade o mesmo tratamento tributário que têm os brasileiros.

Boa vontade

Antes do encontro com Lula, o presidente paraguaio se reuniu, em São Paulo, com empresários da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Ao sair do encontro, Lugo falou com jornalistas e foi enfático: "Quem disse que não se pode mudar um tratado? Tudo se pode mudar, principalmente no mundo moderno e se houver vontade", disse.

Ele também afirmou que levaria a Lula seis eixos de renegociação do tratado.

Lugo disse ainda que um vizinho pobre e convulsionado não é bom negócio para ninguém. E mais: disse que o destino do Paraguai está inexoravelmente dependendo do governo brasileiro: "Um vizinho pobre e envolto em graves convulsões sociais (como será nosso destino, inexoravelmente, se não tivermos a compreensão do governo brasileiros nesta difícil, porém propícia conjuntura) não é negócio para ninguém."

Lugo vinculou totalmente o desenvolvimento de seu país e a abertura às grandes empresas, às mudanças no tratado, que estabeleçam uma garantia de recursos extras e a uma reforma agrária que dê mais justiça e tranqüilidade social ao Paraguai.

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