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Vice-presidente Hamilton Mourão
Vice-presidente Hamilton Mourão durante audiência com autoridades Religiosas Cristãs da Palestina | Foto: Romério Cunha/VPR| Foto: MARCOS CORREA

O vice-presidente, Hamilton Mourão, sugeriu que o Brasil poderia fazer o meio de campo com militares venezuelanos para negociar a saída do ditador Nicolás Maduro do Palácio Miraflores, sede do governo venezuelano.

Em entrevista ao Financial Times, publicada nesta quarta-feira (13), Mourão falou que não existe um canal de comunicação com membros do regime, mas que o Brasil "não está evitando" estabelecê-lo.

Segundo a publicação, Mourão disse ainda que o governo brasileiro estaria disposto a inciar negociações com os militares do alto escalão, profundamente ligados ao regime chavista, em uma tentativa de conter o fluxo de imigrantes na fronteira com Roraima, evitar mais instabilidade naquele região e ajudar a causa de Juan Guaidó, reconhecido pelo Brasil e mais de 50 países como presidente interino da Venezuela.

"Eles [os militares venezuelanos] devem ser capazes de neutralizar os cubanos, neutralizar as milícias e, fazendo isso, colocar Maduro em posição de dizer a ele: 'olhe, Maduro, é a sua hora de deixar o país', e então ligar para Guaidó para começar processo de transição ”, declarou ao Financial Times.

Em entrevista à GloboNews no fim de fevereiro, Mourão já havia dito que os cubanos controlam o sistema de inteligência da Venezuela, vigiando as lideranças das forças armadas e controlando as milícias.

“Eu acho que os militares [venezuelanos] estão lentamente tentando acertar as coisas. Minha visão é que eles não têm capacidade operacional e até mesmo o planejamento correto para fazê-lo no momento”, afirmou ao jornal britânico, aparentemente apostando em uma ruptura dentro do exército venezuelano.

O apoio das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB) é o que está sustentando Maduro no poder. O regime chavista garantiu a lealdade dos militares ao oferecer promoções e permitir que eles enriquecessem por meio de empresas estatais ou atividades criminosas, segundo analistas.

Recentemente, entretanto, deserções massivas apontam para um racha dentro das forças armadas. Depois que a oposição venezuelana ganhou o respaldo de boa parte da comunidade internacional, cerca de 700 militares de baixa e média patente fugiram da Venezuela. A alta cúpula militar permanece ao lado de Maduro.

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