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O Rio de Janeiro é considerado referência mundial do jiu-jitsu, devido ao trabalho, principalmente, da família Gracie, transformando a cidade num celeiro de vencedores. Em busca das técnicas que fizeram dos brasileiros campeões mundiais, dezenas de estrangeiros passam temporadas nos tatames cariocas. Um destes lutadores estrangeiros, há três anos, está na mira da Polícia Federal. Belga de nascimento e islamita, ele é o centro de uma das mais importantes investigações de combate ao terrorismo já feitas no Brasil. O lutador estaria usando o jiu-jitsu como um disfarce para um outro objetivo: criar células da rede al-Qaeda em território brasileiro - desconfia a polícia, como mostra reportagem do jornal "O Globo" deste domingo.

Pelo menos três autoridades federais confirmaram a investigação. Os agentes ainda buscam respostas para a presença do belga no Brasil. Entretanto, eles não escondem a preocupação com o aumento da segurança em todo o país às vésperas de dois eventos internacionais: a visita do Papa Bento XVI, entre 9 e 13 de maio, e os Jogos Pan-Americanos, em julho. Até então, os casos mais conhecidos de terrorismo internacional no Brasil estavam ligados à remessa de recursos, principalmente na tríplice fronteira. A presença do belga muda o cenário. Ao contrário de organizações como o libanês Hezbollah e o palestino Hamas, as ações da al-Qaeda não se limitam aos territórios disputados por seus militantes. Qualquer lugar do planeta pode virar um alvo, dependendo da facilidade de atingir seus inimigos.

O caso do lutador, além de empurrar o Brasil para a rota internacional do terror, expôs também as dificuldades de um trabalho coordenado. As autoridades brasileiras só chegaram ao suspeito por causa de um informe internacional, provavelmente da CIA. Inicialmente, a investigação foi conduzida pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), mas a necessidade de ações legais - como um inquérito para fundamentar os pedidos de escuta telefônica - a levou a compartilhar o trabalho com a Polícia Federal.

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