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Depois de sete anos de espera e muitas negociações, o Brasil poderá enfim levar seu primeiro astronauta ao espaço. A Agência Espacial Brasileira (AEB) oficializará na manhã desta terça-feira o contrato para a missão do tenente-coronel Marcos César Pontes na Agência Espacial Internacional. A cerimônia, que contará com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, será realizada em Moscou às 13h30 (horário local, 7h30 horário de Brasília).

O brasileiro que realizará a façanha, no entanto, pode não estar presente à assinatura do contrato. Segundo o presidente da AEB, Sérgio Gaudenzi, Pontes já está treinando na chamada Cidade das Estrelas, localizada a cerca de uma hora de Moscou, e talvez não compareça porque está em regime de internato.

- Como ele está treinando na Cidade das Estrelas, obedece ao regime de internato da Agência Espacial Russa. Nós pedimos autorização para que ele possa estar presente à cerimônia, mas ainda não sabemos se isso será possível - explicou por telefone Gaudenzi, que está em Moscou.

Assinado por Gaudenzi e pelo presidente da Agência Espacial Russa, Anatoli Perminov , o acordo prevê o início do treinamento de Pontes, a viagem (já marcada para o dia 22 de março do próximo ano) e o envio para o espaço de 15 quilos de experimentos brasileiros.

- Ainda não definimos quais experimentos serão levados, mas isso será feito até janeiro. O que sabemos é que ele levará 15 quilos e poderá trazer cinco de volta - explicou Gaudenzi.

Em entrevistas anteriores, Pontes havia manifestado o desejo de levar ao espaço a bandeira do Brasil e um chapéu como o usado pelo aviador Santos Dumont, em homenagem ao centenário do primeiro vôo do 14 bis, que será comemorado ano que vem. Gaudenzi, no entanto, não sabe se a vontade do astronauta poderá ser atendida.

- Teremos que ver isso depois, porque os sistemas de vôo são muito rígidos. Mas o vôo em si é uma homenagem a Santos Dumont - defendeu.

Gaudenzi contou que ainda não viu Pontes desde que chegou a Moscou, mas que o astronauta já deve ter começado a treinar e, provavelmente, já tirou as medidas para a confecção de suas roupas espaciais.

Além do contrato de vôo, outros dois acordos serão assinados. O primeiro visa à realização do terceiro estágio de testes do Veículo Lançador de Satélites (VLS), desta vez com combustível líquido, no lugar de sólido como é feito hoje. O outro é para a criação de uma comissão para coordenar o acordo de cooperação entre as agências brasileira e russa. O órgão terá seis integrantes, metade brasileira e metade russa.

Mas a menina dos olhos da agência é realmente a viagem espacial, que muitos, inclusive Gaudenzi, chegaram a pensar que de fato nunca aconteceria.

- Quando entrei para a AEB, achei que não iríamos conseguir voar porque os Estados Unidos estavam tendo problemas com os vôos. Só conseguimos porque decidimos negociar com a Rússia.

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