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Isla Margarita – O governo brasileiro trombou com a Venezuela, a Bolívia e a Argentina ao se opor ontem ao projeto dos três vizinhos de formar um cartel para o setor do gás. Na manhã de ontem, os ministros das Relações Exteriores, Celso Amorim, e de Minas e Energia, Silas Rondeau, desmentiram declarações de autoridades venezuelanas e bolivianas de que o Brasil havia solicitado adesão à chamada "Opep do Gás", em referência à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Logo ao final da 1.ª Cúpula Energética Sul-americana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva bateu ainda com mais força. "Não se discutiu a adesão do Brasil à Opep do Gás. Esse tema não foi discutido na reunião (de cúpula) nem consta da declaração final (do encontro)", disse Lula. "Agora, como somos presidentes livres e democratas, cada um fale o que quiser pelos corredores", completou, em uma clara reprovação à atitude dos governos de Hugo Chávez, da Venezuela, e de Evo Morales, da Bolívia. Segundo Rondeau, o governo brasileiro apenas defendeu uma profunda discussão sobre a criação desse organismo, especialmente sobre a tendência de "formar preços" para o gás na América do Sul. Ele destacou que não considera este momento favorável ao debate do tema, uma vez que o mercado do gás ainda é incipiente na região. Mostrou ainda temor de que a "Opep do Gás" venha a ditar, no futuro, o valor do gás fornecido pela Bolívia e pela Venezuela ao Brasil. "Se tivermos essa organização, que ela defina o melhor preço para que o gás promova a América do Sul, e não para se criar um cartel", afirmou. "O Brasil também é produtor de gás, assim como o Peru e a Colômbia, que nos apóiam."

O estopim da divergência foi aceso com a divulgação de um comunicado do governo venezuelano, na segunda-feira à noite, informando que os chefes de Estado haviam avaliado o alcance da "Opep do Gás".

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