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Espaço

Brasileiros acham estrela que "fuma"

A 6 mil anos-luz da Terra, ela solta nuvens de poeira no espaço. De longe, parece fumaça liberada por cigarro

Will Ferrell sem maquiagam | Reprodução G1
Will Ferrell sem maquiagam (Foto: Reprodução G1)

Uma estrela foi encontrada "fumando". Calma, não estamos falando de nenhuma celebridade flagrada fazendo algo não recomendável pelo Ministério da Saúde. É uma estrela de fato, a 6 mil anos-luz da Terra na direção da constelação de Sagitário, a RY Sagitarii, observada por astrônomos franceses e brasileiros. Ela lança nuvens de poeira no espaço, que, de longe, parecem muito com fumaça liberada por um cigarro.

A RY Sagitarii faz parte de uma classe de estrelas consideravelmente rara, que lança uma grande quantidade de material em seu entorno no espaço, as R. Coronae Borealis. Somente cerca de 50 exemplares do tipo são conhecidos atualmente.

"O surpreendente nesta estrela é que seu material não é lançado de maneira homogênea, mas sim em forma de aglutinações, ou nuvens de poeira", explicou o astrônomo José Renan Medeiros, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, que participou da descoberta do Observatório Austral Europeu (ESO).

Os astrônomos já imaginavam, baseados na teoria, que algo do tipo deveria acontecer. Mas nada como isso tinha sido realmente visto. "Nosso trabalho é pioneiro por ser a primeira prova direta desse fenômeno", conta Medeiros.

Estrelas como a RY Sagitarii sofrem explosões constantes e gigantescas em seu interior, que fazem com que parte de seu material se desprenda e seja lançado para fora. A formação dessas nuvens, até agora, permanece um mistério. Um mistério que Medeiros e seus colegas tentam resolver.

O que mais surpreendeu os cientistas foi o fato de a nuvem estar muito perto da "fumante". "Os instrumentos que utilizamos dispõem de tecnologias de ponta e nos permitiram detectá-la a uma distância muito pequena, equivalente à que existe entre o Sol e Saturno. É a menor distância até agora relatada para uma nuvem de poeira lançada por uma estrela deste tipo", explica o brasileiro.

Estudar estrelas assim é extremamente importante para desvendar a formação da nossa galáxia, a Via Láctea, e também de estrelas como o nosso Sol. "A RY Sagitarii pode ser como o Sol daqui a cerca de 5 bilhões de anos. Portanto, nos fornece informações essenciais", completa Medeiros.

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