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Imagem feita por um espectador da maratona mostra a primeira explosão perto da linha de chegada. Segunda bomba foi detonada 12 segundos depois. | Reuters
Imagem feita por um espectador da maratona mostra a primeira explosão perto da linha de chegada. Segunda bomba foi detonada 12 segundos depois.| Foto: Reuters
  • Integrantes do esquadrão antibombas de Boston avaliam o local de uma das explosões
  • Civis ajudaram a cuidar dos feridos até a chegada dos socorristas

As explosões ocorreram perto de quatro horas depois do início da maratona, em um momento em que muitos amadores – entre eles, algumas dezenas de brasileiros – estavam completando o percurso.

O empresário paulista Adilson Bachini, 46 anos, era um deles. Bachini estava satisfeito – pela primeira vez, ele estava completando uma prova abaixo das quatro horas de corrida. Feliz com o tempo de 3h59min, ele ouviu a primeira explosão ao passar pela linha de chegada. "Na maratona de Nova York tem tiro de canhão na largada, achei que fosse canhão aqui também", conta. "Jamais ia imaginar que era bomba. Só quando olhei para trás vi a fumaça subindo", diz.

A economista Fabiana Tito, 32, começou a sentir dores no abdômen, de fadiga, quando se aproximava do fim da prova. Ela resolveu desacelerar, ao lado de sua amiga, a também economista brasileira Tatiana Farina. O cansaço salvou a vida delas: a um quilômetro da linha de chegada, ouviram o estrondo das bombas.

A mãe de Fabiana, Elza, acompanhava a corrida da filha pelo página oficial da corrida na internet (cada corredor tem um chip, que informa sua posição em tempo real), e ficou desesperada. "Ainda bem que resolvemos dar uma andada... Se eu tivesse mantido o ritmo, estaria na linha de chegada na hora da explosão", contou Fabiana, por telefone.

Sócio da equipe de corrida carioca Runners Club, o treinador João Montenegro, 33, acompanhava um de seus alunos no trecho final da maratona de Boston quando houve a explosão. A dupla se aproximava da Boylston Street, a rua da linha de chegada, quando percebeu que os corredores a sua frente começaram a parar. "No início, eu não entendi o que estava acontecendo. Depois, percebemos que a rua havia sido bloqueada por policiais", disse Montenegro.

Confraternização

Os brasileiros contam que, antes das explosões, o clima no entorno dos corredores era de confraternização. "Durante toda a prova as pessoas estavam saudando os corredores, dando água. As crianças colocavam as mãos para você cumprimentá-las. Uma festa linda", conta Adilson Bachini. Depois veio o pesadelo, com ambulâncias passando e corredores ensanguentados sendo atendidos nas tendas de emergência. "O clima está superestranho agora, com um enorme silêncio e ruas vazias", conta a psicóloga mineira Kelly Montoaneli.

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