Protesto pelo uso do burquíni na prefeitura de Grenoble, no ano passado
Protesto pelo uso do burquíni na prefeitura de Grenoble, no ano passado| Foto: Instagram/Alliance Citoyenne

A autorização para o uso de burquíni, uma espécie de burca para a água, durou pouco mais de um mês nas piscinas públicas da cidade francesa de Grenoble. Nesta terça-feira (21), quando começa o verão na Europa, o Conselho de Estado suspendeu o regulamento emitido pelo tribunal administrativo da cidade.

Conforme a declaração do juiz responsável pela decisão, a autorização do burquíni era uma regra "muito específica, feita para satisfazer uma pretensão religiosa" e, "por razões de higiene e segurança, é suscetível de afetar o bom funcionamento do serviço público e a igualdade de tratamento dos usuários", além de "ferir o princípio da neutralidade dos serviços públicos".

A autorização do uso do burquíni era de autoria do prefeito de Grenoble, Éric Piolle, que, em maio, disse que o projeto era um "progresso social". "Isso permite que as mulheres nadem de topless ou com um maiô maior que cubra o corpo. Por fim, é uma luta coerente, que visa não impor limites ao vestuário das mulheres”, defendeu o prefeito.

Conhecido por unir comunitarismo de esquerda e ideologia ecologista, Piolle foi reeleito em 2020 apostando nas propostas que agradavam à Aliança Cidadã (Alliance Citoyenne). A associação milita pelo uso do burquíni nas piscinas públicas desde 2019.