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Pessoas fazem fila para reabastecer cilindros de oxigênio a serem usados por pacientes com COVID-19 em Caracas, em 9 de abril de 2021| Foto: Pedro Rances Mattey / AFP

Enquanto a Venezuela entra em um caminho obscuro da pandemia, seu ditador, Nicolás Maduro, vende soluções charlatãs para a população. Nos últimos meses, ele tem apostado em procedimentos de eficácia contestada, como o fechamento de lojas por uma semana, alternando com a abertura na semana seguinte. Além disso, faz propagandas de uma solução “milagrosa” para a Covid-19: uma infusão de extrato de tomilho que ele diz ter sido elaborada por cientistas venezuelanos.

As soluções são apresentadas enquanto a televisão estatal nega comprometimento do sistema de saúde, com imagens de hospitais vazios. Um contrassenso com a avaliação de entidades independentes do país. O presidente da Federação Médica da Venezuela, Douglas Leon Natera, indicou ao jornal britânico The Economist que os necrotérios estão lotados. Da mesma forma, profissionais ouvidos pela publicação mostram estatísticas que contradizem as afirmações do governo e, com isso, são ameaçados de prisão.

Uma situação que se complica com a infraestrutura precária do país. De acordo com o Médicos pela Saúde, uma rede médica nacional, cerca de 70% dos hospitais públicos não tinham água potável em 2019.

Maduro foi vacinado no dia 6 de março. Mas, para o povo venezuelano a realidade é outra. Menos de 2% dos 18 milhões de adultos receberam a aplicação da primeira dose, com a politização das vacinas no país, que tem priorizado imunizantes de Rússia e China. Sem aceitar a doses da AstraZeneca, o país pode receber uma quantidade substancial de vacinas somente depois de julho.