Durante o protesto, um grupo de homens encapuzados começou a atirar pedras e a atacar os manifestantes, provocando a intervenção da força policial.
Durante o protesto, um grupo de homens encapuzados começou a atirar pedras e a atacar os manifestantes, provocando a intervenção da força policial.| Foto: Alberto Valdes/EFE

Uma manifestação contra a nova constituição que está sendo redigida no Chile terminou neste sábado (23) com registros de confrontos que deixaram vários feridos. Ao menos uma centena de pessoas com cartazes pedindo a rejeição da nova Carta Magna no referendo de ratificação em setembro protestaram no centro da capital chilena de Santiago, espaço que tem sido marcado por manifestações nas últimas semanas. "Nossa constituição deve ser defendida porque onde a esquerda chega, é um fracasso certo", afirmou o agente de segurança Klen Cornejo à Agência Efe.

Já para Macarena Spencer, o direito à propriedade está sendo “ignorado” na minuta da nova Carta Magna, assim como o direito à saúde e à educação privada."Sou patriota, amo meu país, amo os chilenos e quero que educação, saúde e moradia digna sejam apenas para chilenos e não para imigrantes", declarou Macarena à Efe.

Durante o protesto, um grupo de homens encapuzados começou a atirar pedras e a atacar os manifestantes, provocando a intervenção da força policial. "Os patriotas estão desarmados. Não queremos uma constituição de assassinos e terroristas", afirmou outro manifestante, que pediu anonimato.

O Chile iniciou o processo constitucional em 2020 como uma solução política para acabar com a onda de protestos massivos que começou em 2019 e deixou 30 mortos e milhares de feridos. Em um plebiscito histórico, realizado em outubro de 2020, quase 80% dos chilenos votaram a favor da mudança da constituição e, em maio do ano seguinte, foram eleitos os 155 membros da Assembleia Constituinte, de tendência progressista e com um grande número de cidadãos independentes. Se aprovada no referendo de 4 de setembro, a nova Constituição substituiria a atual, herdada do regime de Augusto Pinochet (1973-1990).