Militares russos patrulham o centro de Mariupol, Ucrânia, 12 de abril de 2022. Não há água, eletricidade, gás ou comunicações. Lojas, farmácias e hospitais estão fechados.
Militares russos patrulham o centro de Mariupol, Ucrânia, 12 de abril de 2022. Não há água, eletricidade, gás ou comunicações. Lojas, farmácias e hospitais estão fechados.| Foto: EFE/EPA/SERGEI ILNITSKY

O assessor da presidência da Ucrânia, Mikhail Podoliak, sugeriu neste domingo (24) à Rússia a realização de uma rodada especial de conversas sobre Mariupol, denunciando que, mesmo durante a Páscoa ortodoxa, tropas russas bombardeiam o complexo siderúrgico de Azovstal, último núcleo de resistência na cidade. Em uma mensagem no Twitter, repercutida pelas agências de notícias “Unian” e “Ukrinform”, Podoliak, membro da delegação negociadora ucraniana, pediu "que a Rússia pense nos restos de sua reputação". "Isso requer apenas 'três passos de Mariupol': declarar uma verdadeira trégua de Páscoa sobre Mariupol, conceder imediatamente um corredor humanitário para civis e concordar com uma 'rodada especial de negociações' para que possamos recolher/trocar soldados", resumiu.

Em outra mensagem, Podoliak denunciou o bombardeio do complexo siderúrgico de Azovstal, onde se refugiam civis e soldados."Páscoa de 2022. Mas neste momento a Federação Russa está atacando Azovstal em Mariupol sem parar. O local onde nossos civis e militares estão localizados está sendo atacado com bombas aéreas, bombardeado com artilharia e estão concentrando intensamente forças e equipamentos para uma ofensiva. Quem deu a ordem de "não agressão"?", questionou. O presidente russo, Vladimir Putin, anulou na quinta-feira passada os planos de ataque ao complexo metalúrgico fortificado para salvar a vida de soldados russos, mas ordenou bloqueá-la de tal forma que "não passe nem uma mosca".

Governo local estima 20 mil civis mortos

O prefeito de Mariupol, Vadim Boychenko, estimou neste domingo (24) em mais de 20 mil o número de civis mortos na cidade portuária ucraniana desde o início da guerra e acrescentou que mais de 100.000 permanecem sitiados no local. "Hoje já temos um número triste; mais de 20.000 moradores locais, nossos civis, são mulheres e crianças, que infelizmente morreram", disse Boychenko ao "Ukraina 24", em declarações coletadas pela agência de notícias “Unian”.

O prefeito acrescentou que as tropas russas continuam impedindo a evacuação de civis. "Entendemos que mais de 100 mil pessoas, infelizmente, permanecem na cidade. Elas imploram para serem resgatadas", ressaltou. "Infelizmente, as tropas de ocupação russas estão frustrando a evacuação há dois dias, não deixam sair a população que está se reunindo nos locais determinados para a evacuação. Eles zombam deles", denunciou.