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Ditador da Venezuela, Nicolas Maduro, usando uma máscara facial enquanto faz um discurso televisionado sobre a pandemia de coronavírus.| Foto: Divulgação/Palácio Miraflores/AFP

Investigação da Organização das Nações Unidas (ONU) apontou que algumas minas de ouro, diamante e bauxita localizadas na porção venezuelana da Amazônia são, em sua maioria, controlada por grupos criminosos organizados. Segundo a organização, os trabalhadores são explorados, espancados e até mortos na área que é conhecida como Arco de Mineração do Orinoco (AMO). O relatório, divulgado nesta quarta-feira (15), também demonstrou que as forças militares e de segurança da Venezuela não evitam os crimes cometidos no local e chegam, até mesmo, a participar de episódios de violência contra mineiros.

Entre março de 2016 e 2020, estima-se que quase 150 homens e mulheres perderam a vida na região das minas. De acordo com a ONU, as forças de segurança de Maduro estão envolvidas em metade dos incidentes. Os mineiros, obviamente, não têm nenhuma espécie de direito trabalhista garantido e trabalham sem contratos e sem equipamentos de proteção, expostos à contaminação de mercúrio, usado para extrair ouro, e à malária, doença comum na região. Há, inclusive, crianças pequenas entre os trabalhadores. Além disso, os corpos dos mineiros mortos em serviço são muitas vezes atirados em poços velhos, usados como túmulos clandestinos.

Consta no relatório que o governo do ditador Nicolás Maduro não respondeu a nenhum pedido de informação feito pela ONU sobre a situação das minas. A entidade pede ao regime que regularize as atividades mineradoras e que padrões internacionais legais e ambientais sejam cumpridos no AMO.