• Carregando...
Veterano da Guerra das Malvinas chora durante cerimônia em memória dos mortos no conflito | Marcos Brindicci/Reuters
Veterano da Guerra das Malvinas chora durante cerimônia em memória dos mortos no conflito| Foto: Marcos Brindicci/Reuters

Os quase 3 mil habitantes das Malvinas lembraram nesta quinta-feira (14), acompanhados de autoridades do Reino Unido, o 30º aniversário da independência das ilhas após a ocupação argentina em 1982.

Ex-combatentes, viúvas de militares, malvinenses ("kelpers") e políticos de ambos os lados do Atlântico, liderados pelo secretário de Estado britânico para a América Latina, Jeremy Browne, assistiram a uma série de atos para celebrar o fim do conflito.

A guerra, em que morreram quase 1 mil pessoas - em sua maioria argentinos -, "está ainda muito viva na memória coletiva" dos malvinenses, disse Browne no início dos festejos em Port Stanley, e lembrou que o conflito foi travado para que os malvinenses "pudessem decidir seu destino".

Além de uma coroa de flores para os militares mortos em combate, os atos incluíram um desfile militar com os regimentos da Marinha, dos Paraquedistas e da Real Força Aérea que enfrentaram os argentinos, liderados por Mario Menéndez. Além disso, houve uma missa na catedral anglicana Igreja de Cristo.

As comemorações em Port Stanley, a capital malvinense, tiveram eco no Reino Unido, onde britânicos puderam acompanhar os festejos pela televisão. Downing Street - residência do primeiro-ministro, David Cameron - hasteou uma bandeira malvinense para reafirmar o compromisso britânico com os habitantes do arquipélago.

A data coincide com um momento de novas tensões entre Londres e Buenos Aires, que reivindica a soberania sobre um território que o Reino Unido anexou em 1833.

Enquanto os malvinenses proclamavam hoje ao mundo sua lealdade à Coroa britânica, em Nova York, a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, expunha seus argumentos perante o Comitê de Descolonização da ONU. A sessão foi assistida por dois membros da Assembleia legislativa das Malvinas justamente para defender seu direito à autodeterminação.

Após meses de queda-de-braço entre os governos britânico e argentino, os malvinenses - em coordenação com o Executivo de Londres, que dependem em última instância - anunciaram na terça-feira que em 2013 realizarão um plebiscito sobre seu status político.

A consulta, defendida no Reino Unido, resolverá "de uma vez por todas" a questão da soberania das ilhas, segundo insistiu hoje o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron. O inglês não duvida que o resultado reafirmará o desejo de permanência no Reino Unido.

O bloqueio econômico imposto por Cristina às Malvinas, com o fechamento dos portos vizinhos as suas embarcações, acirrou os ânimos entre os britânicos, que contra-atacaram enviando às ilhas o príncipe William para um treinamento militar e um moderno destróier para patrulhar as águas, supostamente ricas em hidrocarbonetos.

Enquanto o governo argentino tenta defender o que acredita ser seu direito territorial em fóruns internacionais como a ONU, o Reino Unido empreendeu uma estratégia diplomática muito mais localizada na América Latina.

Em suas contínuas viagens ao continente, o enviado do Foreign Office, Jeremy Browne, tenta conquistar a simpatia, ou pelo menos a neutralidade, dos países latino-americanos sobre a causa das Malvinas com a assinatura de acordos comerciais e de cooperação econômica, o que, de acordo com Londres, vai bem.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]