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Após 10 anos, Tony Blair deixa um legado impopular

A cara de bom moço de Tony Blair não resistiu a cinco guerras e investigações por corrupção. O homem que nos últimos dez anos esteve à frente do governo da Grã-Bretanha deixará o cargo nas próximas semanas com uma impressionante reversão de sua popularidade. Hoje, apenas 27% dos ingleses o apóiam. Em 1997, eram 93%.

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O ministro das Finanças da Grã-Bretanha, Gordon Brown, recebeu na quarta-feira o apoio da maioria dos parlamentares do seu Partido Trabalhista, o que garante que será escolhido primeiro-ministro do país sem se submeter a votação.

Entre 353 parlamentares trabalhistas, 307 o indicaram para ser o próximo líder do partido, o que automaticamente o transformará em primeiro-ministro depois que Tony Blair abandonar o cargo, no começo de junho.

Há notícias de que pelo menos mais um parlamentar trabalhista indicará Brown na quinta-feira e de que outro, o vice-presidente do Parlamento, não vai indicar ninguém. Isso torna matematicamente impossível que o único rival de Brown, o esquerdista John McDonnell, obtenha o mínimo de 45 indicações para se candidatar oficialmente.

McDonnell, que a menos de um dia para o fim do prazo só reúne 29 indicações, admitiu a derrota. "Naturalmente, congratulo Gordon e lhe desejo todo sucesso no governo, mas é uma grande vergonha que os membros do Partido Trabalhista agora não possam votar num líder do seu partido ou na futura direção do partido", disse ele em nota.

Como Brown não terá desafiante, não haverá votação entre os filiados do partido, e as seis semanas de campanha interna se tornam uma mera formalidade. Mesmo assim, Brown terá de explicar suas políticas em dez "comícios" pelo país nas próximas semanas.

Então, no dia 24 de junho será proclamado líder do partido, e três dias depois realizará o seu antigo sonho de ser primeiro-ministro, quando Blair deixar o cargo em que permaneceu por dez anos.

Muitos militantes trabalhistas preferiam uma eleição ao invés de uma "coroação" de Brown, o que permitiria um debate sobre a direção do partido, que muitos julgam ter perdido o ímpeto após uma década no poder.

Mas, um a um, possíveis adversários foram desistindo. Até agora, há cinco candidatos com indicações suficientes para disputar a vice-liderança.

Blair venceu três eleições nacionais, mas sua popularidade foi prejudicada por seu apoio à guerra do Iraque e por vários escândalos políticos, o que faz o Partido Trabalhista estar atrás do Conservador nas pesquisas. A próxima eleição parlamentar só deve acontecer em 2009.

Nos últimos dias, Brown prometeu priorizar investimentos em educação e criar "eco-cidades" ambientalmente sustentáveis. Ele também admitiu que houve erros no Iraque, mas descartou uma retirada imediata das tropas britânicas.

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