Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Argentina

Buenos Aires vive caos na greve dos transportes

Paralisação de 36 horas mobiliza categorias diferentes de trabalhadores, que protestam por aumentos salariais de 28%

Trabalhadores do metrô portenho conversam dentro de um dos trens desativados pela greve | Marcos Brindicci/Reuters
Trabalhadores do metrô portenho conversam dentro de um dos trens desativados pela greve (Foto: Marcos Brindicci/Reuters)

A capital argentina viveu­­ um cenário de caos ontem, o segundo dia de greve dos metroviários, de colapso dos transportes coletivos e de uma série de protestos pela cidade. Categorias diferentes de trabalhadores protestam com piquetes no centro e nos acessos à cidade de Buenos Aires.

Operários das seis linhas de metrô e do chamado "premetro" (veículo leve sobre trilhos) deflagraram uma greve de 36 horas desde quarta-feira, para reivindicar aumentos salariais de 28% e segurança nas estações.

A paralisação prejudica cerca de 1 milhão de pessoas. O pano de fundo da paralisação é a disputa política entre a presidente Cristina Kirchner (FPV) e o prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri (PRO).

O motivo visível da briga é a transferência da responsabilidade pelos serviços metroviários, da Administração Pública Federal para a Pre­­feitura de Buenos Aires. Ma­­cri, pré-candidato de oposição nas eleições presidenciais de 2015, não aceita a transferência e discute com o governo federal pela televisão. Os ministros, por sua vez, respondem pelo mesmo canal. E, no meio, a população que fica sem transporte.

"Nessa queda de braço, os únicos prejudicados e reféns somos nós, os trabalhadores, e os usuários de transportes públicos", disse o secretário adjunto do sindicato dos operários, Néstor Segovia. A operadora do metrô, Metrovias, manifestou "profunda preocupação com a complexa situação econômico-financeira que atravessa a empresa" e pede mais subsídios ao governo federal. As empresas de serviços públicos em geral afirmam que as tarifas estão defasadas e os subsídios estatais não chegam a cobrir os custos operacionais.

Redução

A Casa Rosada transfe­­riu os serviços para a Prefeitura para reduzir os montantes destinados ao transporte. O­­ governo de Macri acusa­­ Cristina de querer "afogar"­­ sua administração.

Na quar­­­­ta-feira, em en­­trevista­­ coletiva, os ministros de Pla­­ne­­jamento, Julio de Vido, e de Trabalho, Carlos Tomada, e o secretário de Transportes, Ale­jandro Ramos, pediram a Macri e à Metrovias que "assumam" o serviço e não prejudiquem os usuários.

De Vido colocou em dúvida as dificuldades financeiras da Metrovias, controlada pelo Grupo Roggio, já que "ganharam 413 milhões pesos" (US$ 92,6 milhões).

No próprio dia de início do caos dos transportes, a Justiça argentina reabriu um processo contra Macri por supostas escutas ilegais no governo. O prefeito acusou a presidente pela reabertura da ação. "Isso é uma invenção do kirchnerismo", reclamou.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.