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A atual ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, deve abandonar formalmente o partido Pro — liderado anteriormente por Mauricio Macri — para se filiar ao La Libertad Avanza (LLA), legenda do presidente Javier Milei, com quem mantém uma aliança cada vez mais visível. Segundo o jornal argentino La Nación, Bullrich assinará sua ficha de filiação nesta terça-feira (6), durante um ato no bairro da Recoleta, em Buenos Aires, marcando o fim definitivo de sua relação com a sigla que presidiu entre 2020 e 2024.
A migração ocorre em meio à campanha eleitoral para a capital argentina, onde Pro e LLA disputam separadamente. Apesar da filiação ainda não estar formalizada até então, Bullrich já vinha participando de eventos e caminhadas ao lado de Karina Milei, secretária-geral e presidente do partido, e do porta-voz da Presidência e candidato a deputado, Manuel Adorni. Agora, a ministra irá selar sua integração ao grupo libertário em uma mesa de filiação instalada na Praça Vicente López e Planes.
A legislação eleitoral argentina, por meio do artigo 25 da Lei Orgânica dos Partidos Políticos, exige que o novo afiliado renuncie expressamente a qualquer outra filiação anterior. Dessa forma, Bullrich terá de abandonar oficialmente sua filiação ao Pro antes de entrar para o LLA, o que, na prática, representa uma ruptura total com sua trajetória anterior.
A aproximação com o governo Milei não é nova. Desde o início da gestão libertária, Bullrich tem se mostrado uma das figuras mais leais ao presidente, participando ativamente da administração federal e elogiando publicamente o chefe do Executivo.
Segundo o La Nación, Bullrich também tem atuado como articuladora política, atraindo antigos aliados do Pro para a órbita libertária.
A movimentação de Bullrich acontece enquanto o Pro enfrenta uma de suas maiores crises políticas, com risco de perder a hegemonia que mantém há 17 anos na capital argentina.
A aliança de Bullrich com o partido de Milei vem acompanhada de um afastamento progressivo de Macri, seu lider político. O desgaste entre ambos se intensificou após as eleições presidenciais de 2023, quando Bullrich disputou a Casa Rosada com o apoio do ex-presidente, mas acabou se afastando de suas diretrizes ao aderir gradualmente ao projeto libertário.







