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O presidente George W. Bush disse nesta segunda-feira duvidar que a "deportação em massa" de estrangeiros seja a solução para o problema da imigração clandestina nos Estados Unidos. Em ano eleitoral, o tema divide o Congresso.

As duas semanas de recesso do Senado terminaram na segunda-feira, sem que democratas e republicanos tenham chegado a um acordo sobre o que fazer com cerca de 12 milhões de imigrantes ilegais que vivem nos EUA.

- Sei que é um debate emotivo - disse Bush. - Mas uma coisa que não podemos perder de vista é que estamos falando de seres humanos, seres humanos decentes. A deportação de pessoas em massa seria irrealista. Não vai funcionar.

Os parlamentares tentam redigir um projeto de lei que reforce a segurança na fronteira, ao mesmo tempo em que permita a regularização de muitos estrangeiros já no país. A Câmara aprovou uma lei mais rígida, que torna crime a imigração ilegal.

Encerrando uma visita à Costa Oeste, Bush defendeu um programa de imigração temporária, mas se opôs à concessão automática de cidadania.

O porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan, disse que Bush convocou senadores de ambos os partidos para uma reunião na terça-feira na Casa Branca.

Em frente ao hotel em que Bush discursou na Califórnia, dezenas de manifestantes se reuniram com cartazes que ilustram a divisão provocada pelo tema: "Salve Nossa Nação, Segurança nas Fronteiras," dizia um deles; "Apóiem os direitos dos imigrantes," respondia outro.

Nos últimos meses, centenas de milhares de defensores dos direitos dos imigrantes participaram de manifestações nos EUA, que em novembro realizam eleições para a renovação parcial do Congresso.

Bush defende a reforma da imigração desde o começo de seu primeiro mandato. O ex-governador do Texas, Estado que faz fronteira com o México, vem sendo criticado por alguns republicanos por não pressionar o Congresso a aprovar leis nesse sentido.

O presidente já havia acusado o líder democrata no Senado, Harry Reid, pela demora em levar o projeto aprovado na Câmara ao Senado. Mas Reid disse que a culpa é dos republicanos.

- Já não seria hora de aprovarmos uma ampla reforma da imigração, que dê segurança às nossas fronteiras e ao nosso país? - perguntou Reid no plenário.

Os republicanos se dividem entre os que apóiam a permissão para que os imigrantes ilegais sejam legalizados e aqueles que vêem nisso uma recompensa a quem burlou os controles.

- Nosso trabalho é reforçar a segurança nesta fronteira, e 6 milhões de pessoas já foram barradas - disse Bush, enfatizando que as leis devem ser cumpridas e que é preciso punir duramente os contrabandistas de pessoas que lucram com a imigração clandestina.

Mas, afirmou, devido ao desemprego baixo nos EUA, as empresas têm dificuldades em preencher postos de trabalho que os norte-americanos não querem. E os parlamentares terão de definir um programa de imigração temporária que preencha essa lacuna, acrescentou.

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