Washington - O ex-presidente dos EUA George W. Bush (2001-2009) ordenou ao Pentágono que planejasse ataques a Irã e Síria, segundo ele admitiu na autobiografia Decision Points (Momentos Decisivos, em tradução livre), que lança hoje.
Os EUA dizem manter "todas as opções na mesa" quando se trata do Irã, que Washington acusa de buscar desenvolver uma bomba com seu programa nuclear. Teerã nega.
Mas a confissão e a admissão clara de que o plano foi efetivamente elaborado mostra o quão perto o país chegou de agir durante o governo de George W. Bush.
"Dirigi o Pentágono a estudar o que seria necessário a um ataque. Isso seria para parar a bomba-relógio, ao menos temporariamente", conta ele no livro. Se tivesse sido realizado, o plano poderia ter desestabilizado o Oriente Médio muito além do efeito das invasões do Iraque e do Afeganistão.
Um ataque a instalações da Síria foi considerado a pedido de Israel, mas Bush concluiu que os riscos eram altos demais. Israel acabou executando o ataque em 2007.
Em causa própria
Na autobiografia, Bush também tenta se defender de exaustivas críticas mostrando o que passou por sua cabeça em momentos polêmicos do governo, como na resposta ao furacão Katrina.
Em entrevista à rede NBC sobre o livro, ontem, ele afirmou que "um dos momentos mais nojentos de sua Presidência" foi ter sido chamado de "racista" pelo músico Kanye West por causa da demora no resgate aos sobreviventes do furacão Katrina.



