O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, sancionou nesta quarta-feira a lei que destina verbas para a construção de centenas de quilômetros de novas cercas na fronteira com o México. O objetivo é conter a imigração ilegal, tema importante para os republicanos nas eleições parlamentares de novembro.
Bush queria conciliar a vigilância na fronteira com um programa de "trabalhadores convidados" que abriria caminho para a legalização de milhões de imigrantes, mas enfrentou resistência de parte da bancada republicana, que via a medida como uma anistia.
A lei que Bush sancionou destina cerca de US$ 1,2 bilhão para serem gastos durante um ano (a contar de domingo passado) para a construção da cerca na fronteira sudoeste e de outras barreiras. A verba é parte de um pacote de US$ 33,8 bilhões para a segurança doméstica.
Cerca de 12 milhões de imigrantes ilegais vivem nos EUA, e muitos deles entraram pela porosa fronteira com o México.
O governo mexicano considera a barreira uma afronta ao presidente Vicente Fox, que está terminando seu mandato de seis anos sem ter conseguido negociar um acordo migratório com Washington.
Reforçando a vigilância na fronteira, os republicanos esperam atrair um eleitorado que considera que os estrangeiros estão tirando seus empregos e sobrecarregando os serviços públicos.
Bush sancionou a lei em uma cerimônia no Arizona, onde a imigração é uma grave preocupação da população. Ele afirmou que ainda defende o programa de trabalhadores temporários.
- Precisamos reconhecer que a aplicação da lei por si só não vai funcionar. Precisamos de uma reforma abrangente que dê um caminho legal para que as pessoas trabalhem aqui de forma temporária - afirmou Bush.
A lei também destina verbas a equipamentos de detecção nuclear para portos e à melhoria dos padrões de segurança nas indústrias químicas.



