
São Paulo O Senado americano aprovou ontem uma lei que dobra para US$ 50 milhões (quase R$ 94 milhões) a recompensa pela morte, captura ou informação que leva à captura de Osama bin Laden, líder da rede terrorista Al-Qaeda. Acredita-se que Bin Laden esteja escondido na região entre a fronteira do Afeganistão e do Paquistão.
A lei aprovada pelo Senado também exige que o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, volte a focar na captura do mentor dos atentados contra as torres gêmeas, depois de relatórios apontarem que a Al-Qaeda está ganhando força.
A votação no Senado foi ganha por 87 votos a 1. A lei ainda precisa ser aprovado pela Câmara de Representantes e por Bush. A Casa Branca não comentou a decisão.
A votação no Senado ocorre poucos dias depois de o Secretário de Segurança Nacional dos EUA, Michael Chertoff, afirmar ter uma "intuição" de que os EUA estavam sob forte risco de outro ataque, levando em conta a crescente operação da Al-Qaeda e seu histórico de ataques nessa época do ano.
Bush negou ontem reportagens, citando novas avaliações da inteligência americana, de que a Al-Qaeda é no momento uma ameaça tão grande ao território americano como era nos meses anteriores a 11 de setembro.
Críticos da "guerra ao terror" de Bush acusaram-no de colocar muita ênfase no Iraque, que não tem nenhuma ligação conhecida com os ataques de 11 de setembro, deixando menos esforços para capturar Bin Laden e desmantelar a Al-Qaeda.
Logo após os ataques de 11 de setembro de 2001, Bush disse que queria capturar Bin Laden, vivo ou morto. Mas um ano após a invasão do Iraque em 2003, a ênfase do presidente americano era outra. Ele afirmou não saber do paradeiro de Bin Laden e completou: "Na verdade, não estou tão preocupado com isso".
O senador Kent Conrad, democrata do Estado de Dakota do Norte e co-autor da medida, afirmou aos jornalistas que foi informado por "pessoas do meio militar" que aumentar a recompensa poderia ser benéfico. O valor adicional poderia seduzir seguidores do "círculo mais próximo" de Bin Laden, além daqueles "de ligação mais distante".
O senador Byron Dorgan, outro democrata de Dakota do Norte, ressaltou que mais importante do que aumentar a recompensa é a lei exigindo que o governo informe o Congresso a cada 90 dias sobre a caça aos líderes da Al-Qaeda.



