
O isolamento ao regime de Bashar Assad está cada vez maior. Ontem, seis países árabes expulsaram embaixadores sírios de suas capitais, e quatro governo europeus convocaram seus representantes em Damasco.
Alheio à movimentação, o ditador sírio prometeu, mais uma vez, acabar com o banho de sangue que já matou mais de 5.400 pessoas na Síria em 11 meses, segundo a ONU. Desta vez, a "garantia" foi dada ao chanceler russo, Serguei Lavrov, em Damasco.
Logo após a declaração do ministro russo, os Estados Unidos expressaram "ceticismo" em relação às promessas e cobraram de Damasco um fim imediato na violência. "A comunidade internacional em seu conjunto está muito cética quando vemos que, em vez de tentar pôr fim à violência, Assad repete as mesmas propostas que faz há meses e meses e meses", declarou a porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland.
Rússia e China que vetaram resolução contra a Síria no Conselho de Segurança no sábado passado ainda acreditam no diálogo com Assad.
Lavrov disse ter recebido ontem a "confirmação" de que ele está disposto a seguir os pontos sugeridos pela Liga Árabe no primeiro acordo libertação de presos políticos, retirada de tanques nas ruas e diálogo político.
"Ele [Bashar Assad] deu garantia de que está plenamente empenhado em acabar com a violência, não importa a sua origem", disse o russo.
A decisão de expulsar os embaixadores sírios foi tomada pelos países do Conselho de Cooperação do Golfo Arábia Saudita, Omã, Emirados Árabes Unidos, Qatar, Bahrein e Kuait. Em comunicado, o grupo denunciou o "massacre coletivo" cometido pelo regime.
Embaixadores
Os governos de França, Itália, Espanha, Bélgica e Holanda chamaram de volta seus embaixadores o que, na diplomacia, é um ato de repreensão ao outro governo. O Reino Unido tinha tomado a mesma decisão na véspera, quando os EUA fecharam sua embaixada em Damasco.
A Turquia, que já foi uma importante aliada síria, anunciou que lançará uma "nova iniciativa com os países que apoiam o povo sírio, não o regime". Paris e Washington também defendem a formação de um "grupo de amigos" para dar suporte à oposição.
"A decisão do Conselho de Segurança [veto à resolução] é um fracasso para o mundo civilizado", disse o premiê turco, Recep Tayyip Erdogan.
Violência
Ao menos 23 civis morreram ontem, 15 deles em Homs, em bombardeios das forças do regime, segundo o opositor Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH, com sede na Grã-Bretanha). Quatro agentes de segurança morreram na explosão de um artefato explosivo em Nawa (região de Deraa, sul). As autoridades afirmaram que continuarão suas "operações" contra "grupos terroristas" em Homs. No sábado, o regime já havia negado ter bombardeado Homs, atribuindo a violência a "grupos armados", como faz desde o início da revolta.



