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A campanha eleitoral na Polônia promete um final vibrante por causa da diferença cada vez menor entre os dois grandes partidos: a Plataforma Cívica (PO), do primeiro-ministro Donald Tusk, e o nacionalista Partido da Lei e Justiça (PiS), liderado por Jaroslaw Kaczynski.

De acordo com a última enquete realizada pelo instituto Homo Homini, os liberais de Tusk, no poder desde 2007, teriam nas eleições do próximo domingo (9) 34% dos votos, enquanto o partido de Kaczynski teria 30%.

Atrás deles estariam a Coalizão de Esquerda (SLD), com 8%, e o recentemente criado Movimento Palikot, uma mistura de ideias liberais e anticlericais, que contaria com 7%.

O Partido Camponês, atual membro da coalizão que governa a Polônia, obteria 6% dos votos, acima dos 4% necessários para obter representação parlamentar.

Estes dados indicam que Jaroslaw Kaczynski conseguiu diminuir a diferença nas ultimas semanas, fazendo contínuas referências ao desastre aéreo de Smolensk e à necessidade de que a Polônia fortaleça sua soberania, especialmente econômica, nestes momentos de crise.

Enfrentando esta mensagem nacionalista, Donald Tusk promete continuar trabalhando para assegurar um futuro "brilhante", que consolide o país como motor econômico da região e parceiro importante na União Europeia.

O primeiro-ministro polonês se esforça para lembrar o eleitorado da grande conquista do seu mandato, que transformou a Polônia no único país europeu que conseguiu evitar cair em recessão em 2009.

Enquanto isso, o Partido da Lei e Justiça relembra várias vezes o desastre que aconteceu no ano passado no aeroporto russo de Smolensk, quando morreram 96 ocupantes do avião presidencial polonês, entre eles o próprio presidente Lech Kaczynski, irmão de Jaroslaw.

Jaroslaw Kaczynski pede o voto dos eleitores para poder investigar e conhecer a verdade sobre o acidente, acusando o Governo liberal de não ter indagado as causas da colisão e de se submeter às "mentiras" e relatórios das autoridades russas.

Entretando, Kaczynski está medindo suas palavras durante a campanha, e usando uma linguagem muito mais moderada que a utilizada meses atrás. Ele assegura, por exemplo, não querer disputas com a Rússia, nem sequer sobre a questão do acidente, e reconhece que a UE é necessária, mas sem perder o controle do país.

Seja qual for o segredo do avanço de Kaczynski, o certo é que entre os liberais cresce a inquietação com a perspectiva de perder as eleições que todos tinham dado como ganhas.

Outro dos fatores que está minando a força da Plataforma Cívica é a ascensão do Movimento Palikot, que mais tarde pode ser decisivo para apoiar um futuro Governo em minoria.

O Movimento Palikot é liderado pelo conhecido empresário Janusz Palikot, antigo deputado da Plataforma Cívica, partido com o qual compartilhava a visão liberal, mas rejeitava a ideologia democrata-cristã e conservadora.

Palikot atua na campanha eleitoral pedindo o fim da concordata com a Santa Sé e a legalização da maconha, enquanto o resto dos partidos asseguram que não pactuarão com sua formação após a votação de domingo.

Com esta situação a poucos dias do pleito, está claro que nenhum candidato conseguirá a maioria absoluta no Parlamento, o que deixa a porta aberta a todo tipo de acordo pós-eleitoral.

Esta situação não é nova, já que durante a legislatura que está terminando os liberais da Plataforma Cívica governaram com o Partido Camponês, em uma união sem sobressaltos que permitiu um mandato sem graves disputas internas. EFE

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