O candidato do presidente nigeriano, Olusegun Obasanjo, à sua sucessão foi proclamado vitorioso na segunda-feira em uma eleição presidencial que observadores da União Européia classificaram como duvidosa e que o próprio mandatário admitiu não ter sido perfeita. O chefe da comissão eleitoral disse que Umaru Yar'Adua do governista Partido Democrático do Povo ganhou a eleição com 24.638.063 votos contra 6.605.299 de seu rival mais próximo, Muhammadu Buhari do Partido de Todo o Povo da Nigéria.
A votação foi debilitada por denúncias de fraude, violência e falta de milhões de cédulas de votação no sábado. O atual presidente acusou "alguns líderes políticos" de fomentarem a violência e empregar assassinos para alcançar a vitória, mas disse que os nigerianos mostraram fé na democracia.
- Não se pode dizer que nossas eleições foram perfeitas - disse Obasanjo em um pronunciamento nacional, citando falhas logísticas, violência, roubo de urnas e fraude.
Se confirmada, esta será a primeira transmissão de um líder civil para outro no país, abalado por décadas de ditaduras corruptas desde a independência da Grã-Bretanha em 1960.
Os observadores da UE pediram por ações urgentes sobre as eleições, mas não disseram se ela deveria ser cancelada e realizada novamente. Em comunicado, o chefe dos observadores, Max van den Berg, lamentou as falhas.
- Essas eleições não corresponderam às esperanças e expectativas do povo nigeriano e o processo não pode ser considerado digno de crédito - disse.
Um grupo de observadores da sociedade civil pediu o cancelamento da votação para permitir uma nova eleição. O país é o mais populoso da África e grande produtor de petróleo.



