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Candidata da centro-direita, Patricia Bullrich promete manter Argentina no Mercosul caso vença as eleições presidenciais
Candidata da centro-direita, Patricia Bullrich promete manter Argentina no Mercosul caso vença as eleições presidenciais| Foto: EFE/Luciano González

A candidata presidencial da coligação opositora de centro-direita Juntos pela Mudança, Patricia Bullrich, manifestou nesta quinta-feira (24) sua “posição contrária” à entrada da Argentina nos Brics, bloco formado atualmente por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, assim como o candidato libertário Javier Milei.

“A Argentina, sob o nosso governo, não fará parte dos Brics”, disse Bullrich em seu discurso na 20ª edição do Conselho das Américas, evento que está sendo realizado em Buenos Aires. As eleições gerais argentinas estão marcadas para 22 de outubro.

No mesmo evento, no qual falou depois de Bullrich, Milei também disse que vai retirar a Argentina dos Brics caso seja eleito presidente.

“Nosso alinhamento geopolítico é com os Estados Unidos e Israel. Não vamos nos alinhar com os comunistas”, disse Milei, que acrescentou que não pretende negociar com Brasil e China, ao contrário de Bullrich.

No mesmo sentido, a possível chanceler do governo de Milei, Diana Mondino, já havia criticado a decisão do atual governo peronista. "Não há um benefício objetivo à Argentina, é apenas um exemplo de improvisação do governo, com finalidade política", afirmou ao portal Corta.

Os Brics admitiram a entrada no bloco da Argentina, Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Irã, segundo anunciou mais cedo o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, no final da cúpula que começou na terça-feira (22).

“Quero deixar uma coisa bem clara. Expusemos nossa posição contrária à adesão aos Brics", comentou Bullrich.

“Há poucos minutos, o presidente argentino, Alberto Fernández, que se encontra, como todos sabemos, em uma situação de enorme fragilidade e incapaz de exercer seu cargo de presidente, acaba de comprometer a Argentina a aderir aos Brics, enquanto se desenrola a invasão da Ucrânia", criticou.

Além disso, lembrou que a Argentina entrará no bloco junto com o Irã, “um país com o qual tem uma ferida profunda e aberta devido aos ataques terroristas antissemitas em nosso território".

Fernández, que assumiu o cargo em 2019 e não concorrerá à reeleição, destacou nesta quinta-feira, em uma mensagem dirigida à nação, após a incorporação do seu país aos Brics, a “relevância singular” do bloco como “potência geopolítica e financeira”.

Nas primárias realizadas em 13 de agosto, Bullrich venceu a disputa interna na Juntos pela Mudança, mas foi apenas a terceira candidata mais votada no cômputo geral, com 16,98% dos votos.

A coalizão Juntos pela Mudança ficou em segundo lugar (28,27%), atrás do candidato libertário Javier Milei (30,04%) e à frente da coligação governista União pela Pátria, liderada pelo atual ministro da Economia, Sergio Massa (27,27%).

Permanência no Mercosul

Ainda em sua manifestação na 20ª edição do Conselho das Américas nesta quinta-feira, Bullrich disse que permanecerá no Mercosul e não fechará o comércio com Brasil e China, caso vença as eleições de 22 de outubro.

“Não queremos fechar o comércio com o Brasil nem o comércio com a China”, afirmou, diferenciando-se assim de Milei.

Bullrich descreveu o Brasil e o Chile, que não integra o Mercosul, como "aliados comerciais estratégicos da Argentina" e destacou que, se o comércio com ambos fosse interrompido, as fábricas de automóveis e de máquinas agrícolas do país vizinho "desapareceriam".

“Não vamos fechar nenhum comércio com o Brasil nem sair do Mercosul”, enfatizou Bullrich.

Ela se afasta da proposta de Milei, que defende a saída da Argentina do Mercosul por se tratar de “uma união aduaneira defeituosa que favorece alguns tipos de empresários”.

No Conselho das Américas, Milei rebateu Bullrich e disse que, apesar de não pretender negociar diretamente com China e Brasil, “queremos que o setor privado possa fazer comércio com quem tiver vontade”. (Com informações da Agência EFE)

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